O Sindicato das Empresas de Ônibus de Campina Grande (Sitrans) acionou a Justiça para cobrar da prefeitura da cidade o que seria uma dívida de quase R$ 1 milhão. O prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) disse que não paga e que o serviço de transporte não será interrompido.
O valor cobrado pelo Sitrans seria referente a diferenças de repasses financeiros feitos às empresas, por meio do subsídio criado para manter o transporte público operando em Campina Grande.
O conflito ocorre em cima do que diz a Portaria nº 009/2022, defendida pelas empresas, e a Lei Complementar nº 167, mencionada pela prefeitura, que tratam sobre o serviço de transporte em Campina Grande.
As empresas alegam que a tarifa municipal seria fixada em R$ 4,30, mas que o usuário pagaria R$ 3,75. A diferença de R$ 0,55 seria paga pela prefeitura. Bruno Cunha Lima diz que não tem como pagar valor fixo por cada passagem, em clara divergência com os empresários.
Até o fechamento desta matéria, a assessoria de comunicação da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos de Campina Grande (STTP) disse que ainda não tinha informações sobre o caso.
Bruno Cunha Lima disse nesta terça-feira (17) que o objetivo do subsídio é manter o equilíbrio econômico para que as empresas não tenham prejuízo.
Ele defende que a prefeitura está aberta para contribuir com a melhoria do sistema de transporte da cidade, mas que dinheiro da gestão “não vai servir para aumentar lucro dos empresários”.
O prefeito entende que o Sitrans estaria errando cálculos e com “má vontade” na interpretação sobre a lei referente aos subsídios. “Que seja um erro inconsciente”, disse o gestor.
A nova polêmica envolvendo empresas de ônibus e a prefeitura de Campina Grande ocorre um dia depois do prefeito ter recebido o Sitrans no Palácio do Bispo, já depois de outro embaraço que foi a paralisação das linhas dos distritos de Galante, São José da Mata e outras comunidades rurais.
Na reunião, os empresários teriam garantido que farão o que for possível para o atendimento das demandas e necessidades da coletividade. Eles também teriam se comprometido em superar dificuldades de forma paulatina, para melhoria da qualidade dos serviços e continuação da oferta de transporte na cidade.
Ao ser procurado, o diretor institucional do Sitrans, Anchieta Bernardino, não atende as ligações, nem responde às mensagens. O sindicato também não se pronuncia por meio da assessoria para dar mais detalhes da situação. Já o prefeito Bruno Cunha Lima afirma que vai tratar do caso pessoalmente e apresentar na Justiça cálculos que mostrariam o erro de interpretação das empresas quanto à lei.