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Torcedores não confiam no futebol da Paraíba após denúncias

A desconfiança do torcedor com o futebol paraibano está alta após os escândalos revelados na Operação Cartola, deflagrada pela Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPPB). Em enquete realizada pelo Portal Correio, 89,7% dos votantes classificaram como baixo ou baixíssimo o nível de confiança com o futebol da Paraíba.

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A pergunta da enquete era: “Qual seu nível de confiança com o futebol paraibano após a Operação Cartola?”. No resultado, 77,6% dos (1.171) votos classificaram como baixíssimo, 12,1% (183) dos votos como baixo, 5,6% (85) do votos como alto e apenas 4,6% (70) como altíssimo.

O estudante Antônio Carlos disse que já não tinha muita confiança anteriormente e após a Operação Cartola continuou baixa. Porém, ele espera que as investigações possa melhorar as coisas.

“Minha confiança no futebol aqui do estado já era muito baixa. Por exemplo a final do Campeonato Paraibano de 2011 em que o Treze venceu o Botafogo por 4 a 0 e em seguida foi decretado vencedor mesmo sem ter o número suficiente de jogadores em campo. Hoje a confiança continua baixíssima e espero que as investigações ajudem a melhorar nosso futebol”, disse.

Outro que corroborou foi o estudante Victor Lucena, que afirmou que acredita que haja interferência externa, mas não acha que exista compra de resultados.

“Quem acompanha o futebol da Paraíba de perto sabe muito bem da inexistência de um futebol sem interferências externas. Acredito que até mesmo a política influencia diretamente nos jogos, seja através da arbitragem ou pela federação. Contudo, ainda nos resta confiança e, apesar da investigação, acredito em influências pontuais, não acredito em um esquema de compra de jogos, sistemático e institucionalizado. Não descredito o futebol da Paraíba por completo, mas todos nós ficamos com um pé atrás depois das investigações, porém acredito na lisura dos resultados finais”, afirmou.

Já o securitário Fillipe Lucena, tem uma opinião contrária. “Acredito 100%, a menos que seja comprovado o contrário”, afirmou.

Mas como reconquistar a confiança do torcedor? O Portal Correio tentou ouvir os dirigentes de clubes e o presidente da Federação Paraibana de Futebol para saber o que eles pretendem fazer.

As diretorias de Treze, Campinense, Serrano, Desportiva Guarabira, Atlético de Cajazeiras não atenderam as ligações.

A diretoria do Botafogo-PB, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que os dirigentes não poderiam opinar sobre o assunto por não ter tido acesso aos autos do processo. Já o presidente do Sousa, Aldeone Abrantes, atendeu ao telefonema, mas estava em uma solenidade e não pôde conversar com a reportagem. Depois, ele não atendeu mais.

O presidente da Federação Paraibana de Futebol, Amadeu Rodrigues, afirmou que preferia não se manifestar sobre o assunto.

Já o presidente do Auto Esporte, Watteau Rodrigues, afirmou que o grande desafio é fazer com que os dirigentes possam voltar a ter credibilidade com o que ele classificou como ‘consumidor/torcedor’.

“O que está posto é que o torcedor não quer manipulação, não quer artificialização do campeonato. Ele quer e exige uma competição lícita, onde as equipes ganham o jogo dentro de campo, sem ajuda de arbitragem. É preciso reestruturara a comissão de arbitragem e a própria justiça desportiva. Então temos que atacar estas frentes para recuperar a credibilidade do torcedor. Ele quer transparência, credibilidade e o desafio é organizar o campeonato e afastar os maus profissionais”, explicou.

Já o presidente do CSP, Josivaldo Alves, disse que é necessário que se investigue a fundo as denúncias e que só após isto seja tomado um juízo de valor.

“Primeiro tem que esclarecer as denúncias. Quando ficar esclarecido, a gente vai entender o que tem ser feito para melhorar. Temos que aguardar, houve denúncias muito sérias. Envolve muita gente. Precisa primeiro esperar o desfecho da operação, com esclarecimento claro e provado. Depois da resposta, tem que haver a reflexão daquilo que tem que ser feito e fazermos diferente no futuro”, finalizou.

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