Aprovações e prêmios: jovens contam segredos para uma ótima redação

Estudantes da PB se destacam pela alta qualidade das produções textuais

Escrever bem uma redação é um dos requisitos básicos para que alguém se destaque nos estudos e nas provas às quais todos são submetidos no desenvolvimento educacional. Também se configura como um diferencial para a conquista de boas posições profissionais futuras. Ter coerência, coesão, embasamento cultural e interpretar bem o que é exigido é essencial, sempre respeitando as normas ortográficas e gramaticais.

No entanto, a redação e todos os aspectos que a envolvem ainda são motivos de temor e dificuldade para muitos estudantes, sobretudo em provas para ingresso no ensino superior, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual a nota máxima (1.000) é algo raro de ser alcançado, como ocorreu na edição 2020, que teve apenas 28 notas mil, em um universo de mais de 2,7 milhões de candidatos que compareceram às provas. Desse montante, 87.567 (3,22%) tiraram zero na dissertação.

Assim como em outras áreas e disciplinas, o desempenho na elaboração de uma redação bem construída, com começo, desenvolvimento e conclusão claros, além uma boa argumentação, no caso das dissertações, é fruto de muita prática e dedicação, fatores que devem ser incorporados nas vivências dos estudantes.

Sendo assim, como buscar a excelência neste segmento? O que fazem e como estudam aqueles que alcançaram reconhecimento pela qualidade de suas redações? Não é preciso ir muito longe para conhecer exemplos que ganharam evidência por seus feitos. Na Paraíba, há estudantes que, em diferentes realidades e contextos socioculturais, provam que é possível, sim, criar uma rotina que auxilie, reforce e abra caminhos para uma boa escrita.

Vamos conhecer, abaixo, na primeira reportagem da série ‘Quem Estuda Vai Longe!’, três estudantes reconhecidos pelo alto nível de suas produções textuais, observando suas ideias, características próprias e aconselhamentos para aqueles que pretendem se espelhar em suas vitórias.

Nota mil na redação do Enem

A tão sonhada ‘nota mil’ no Enem foi alcançada pela estudante Aline Soares Alves, de 18 anos, uma das 28 notas máximas no exame citadas anteriormente. Nascida em Fortaleza (CE), a jovem mora em João Pessoa, onde estudou em uma escola e cursinho particulares e foi aprovada para o curso de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

“A minha rotina era focada principalmente em treino de redação e de questões. Fazia cerca de uma a duas redações por semana, o que ajudou muito a melhorar meu desempenho na escrita. O treino era dedicado ao gênero dissertativo-argumentativo, já que é o cobrado pelo Enem”, conta Aline.

Ela detalha o esquema de preparação: “Para fazer as redações, fazia uma leitura sobre o tema, depois fazia um esquema, que eu chamo de ‘esqueleto’ da redação, com as minhas ideias principais, fazia o rascunho e, depois, passava a limpo para uma folha. Durava cerca de uma hora e meia cada redação.”

Ela explica de onde extrai o conhecimento que utiliza para fundamentar os textos que escreve: “Sempre gostei muito de ler, principalmente livros de romance e de ficção. No meio do ensino médio também me dediquei para ler livros clássicos da literatura brasileira. No meu tempo livre, amava assistir séries e filmes de vários gêneros. Tudo isso foi essencial para aumentar meu repertório sociocultural e conseguir aplicá-los na redação para embasar meus argumentos”, destaca.

Para ela, estar constantemente de olho no que acontece no mundo contemporâneo reforça a qualidade textual: “O que me ajudou muito, também, foi sempre ficar atenta ao que estava acontecendo ao meu redor, por meio da leitura de pesquisas e reportagens”, indica.

Para a redação do Enem 2020, Aline explica que essa rotina de absorção de conhecimentos variados foi essencial para um bom desempenho, dentro dos parâmetros exigidos na prova.

“A minha preparação sempre foi focada em manter a constância no treino e ter conhecimento de várias áreas que poderiam ser cobradas no Enem, como educação, saúde, tecnologia e outras. O tema da redação de 2020 foi ‘O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira’, que exigia que argumentássemos sobre esse preconceito na sociedade e como poderíamos solucioná-lo. Quando vi o tema, fiquei aliviada, pois já tinha o meu ponto de vista com argumentos já formados durante a minha preparação e treino. No mesmo momento, já lembrei de filmes que eu poderia utilizar na redação, além da própria Constituição do Brasil”, detalha.

Aline Soares (Foto: Acervo pessoal)
Aline Soares (Foto: Acervo pessoal)

Organizando a rotina

“Consegui conciliar a redação com as outras disciplinas por meio da organização. Sabia que todas eram essenciais e não podia deixar nenhuma de fora, então comecei a organizar meus horários de estudo e colocava metas diárias, mas sempre dando prioridade para as matérias que eu tinha mais dificuldade, como Matemática e Redação”, diz Aline.

A estudante, no entanto, ressalta a importância de se dividir o tempo dos estudos com outras atividades e lazer.

“Eu aproveitava para assistir filmes e séries, ler, conversar com os amigos e com a família, mas sempre com a consciência de que precisava colocar limites, principalmente nas redes sociais, que acabavam me distraindo em horários de estudo e tive que tomar mais cuidado”, alerta. “Utilizem o tempo de lazer de vocês com sabedoria e saibam conciliá-lo com os estudos. Façam a parte de vocês e, se Deus quiser, daqui a pouco estarão realizando os seus sonhos!”, acrescenta.

Aline faz recomendações que foram convenientes para melhorar a rotina dela e que podem servir para outros estudantes: “Uma dica muito importante que eu dou é sempre ter calma e paciência na hora de estudar. Façam uma lista de afazeres diários com as disciplinas que precisam atualizar e concluir, estabelecendo horários para cada uma. Dediquem esse tempo até o Enem para praticarem simulados e redações, porém sempre tomando cuidado para não ficarem sobrecarregados”.

Pressões e correções de erros

“Eu sempre colocava uma pressão sobre mim de não poder errar e ser sempre ‘perfeita’ em todos os aspectos. Isso superava as pressões dos familiares e dos amigos, o que me causou muita frustração e danos psicológicos ao longo do tempo. Graças a Deus, entendi que era necessário pôr limites em tudo, inclusive nos estudos”, reconhece Aline.

Ela aponta que é importante “saber que existe tempo para tudo, tanto para lazer quanto para estudar, e que errar faz parte do aprendizado”, minimizando a pressão que sentia.

Quanto aos erros cometidos, sobretudo nas estratégias utilizadas para o aprendizado, ela também faz um registro:

“Eu tinha o erro de não saber qual era o método de estudo que funcionasse para mim e não reconhecia que isso era um problema. Então, passei a testar e a conhecer maneiras de estudo que me fizeram evoluir, como a prática de simulados, questões e de redações regularmente”.

Concurso Internacional de Redação de Cartas

A vencedora nacional da 50ª edição do Concurso Internacional de Redação de Cartas, promovido pela União Postal Universal (UPU) e realizado no Brasil pelos Correios, foi Luísa Tejo Salgado Catão, estudante de 15 anos que cursa o 1º ano do ensino médio em uma escola particular de Campina Grande. A aluna e a escola vencedora receberão premiações de R$ 10 mil e R$ 10,5 mil, respectivamente.

“Desde o oitavo ano os professores convidam os alunos para participar do concurso. Dentro da escola tem uma seleção interna e depois vai para seleção estadual”, explica a adolescente.

Promovido anualmente pela UPU, sediada em Berna, na Suíça, o concurso no Brasil acontece em três fases: escolar, estadual e nacional. A quarta etapa – internacional – é realizada pela UPU.

Para este quinquagésimo concurso, o tema da redação foi ‘Escreva uma carta a um familiar, contando sobre sua experiência da Covid-19.

“A carta era uma conversa com o destinatário. Foi sobre o que a gente aprendeu com a pandemia, ter esperança, ser empático”, diz Luísa.

“[…] a pandemia me mostrou a importância de ter empatia. Um sentimento que compartilhamos com o outro, entender o que se passa com o próximo e agir como se fosse com você. Minha tia, as mortes por coronavírus não eram só números, foram pessoas, que tinham famílias e amigos”, conta a estudante em relato que transparece muita emoção em trecho da carta.

  • Confira neste link a redação de Luísa na íntegra.

E foi justamente esse conteúdo recheado de sentimento que tornou o texto da jovem tão profundo, envolvendo situações e vivências que os mais variados contextos sociais foram submetidos neste período de pandemia, gerando uma identificação imediata dos leitores.

Luísa, porém, deixa claro que não foi apenas o apelo emocional que serviu como diferencial para o bom desempenho do trabalho dela. Ter conhecimento sobre o formato do texto e as alternativas que podem ser adotadas na elaboração são, conforme cita, fundamentais.

“É importante entender o gênero que será escrito (carta, neste caso). Procurar saber o tipo de discurso que pode ser usado, se é algo mais restrito, ou se há, por exemplo, espaço para abordar questões mais sentimentais”, explica a jovem, cujo ritmo de prática da produção textual é, segundo informa, de uma redação a cada 15 dias, procurando manter o equilíbrio entre as demais disciplinas escolares e momentos de lazer.

“Tento fazer o meu melhor, mas sem me cobrar muito. Tenho aprendido que às vezes faço exigências que não precisam ser feitas”, reconhece a estudante.

Luísa Tejo (Foto: Divulgação/Correios)
Luísa Tejo (Foto: Divulgação/Correios)

O objetivo do Concurso Internacional de Redação de Cartas é melhorar a alfabetização de jovens, incentivando a expressão da criatividade e o aprimoramento dos conhecimentos linguísticos de crianças e adolescentes.

Além da premiação, a vencedora nacional Luísa Tejo ganhará um certificado, troféu e participará do evento de reconhecimento nacional, que será totalmente online e está programado para este segundo semestre de 2021. A estudante também terá, a partir de agora, a redação concorrendo à disputa da quarta etapa – a fase internacional, realizada pela UPU.

Desafio Nota Mil

Nosso terceiro personagem é Francisco Ryan de Oliveira Araújo, estudante de 17 anos que cursa o 3º ano do ensino médio na Escola Cidadã Integral Técnica Nobel Vita, em Coremas, no Sertão da Paraíba.

Ryan, como costuma ser chamado, foi recentemente vencedor do concurso de redação ‘Desafio Nota Mil’, promovido pelo Governo do Estado da Paraíba. O estudante, que já alcançou a nota mil na avaliação por pelo menos 10 vezes, no último mês de junho recebeu a pontuação de 980, a maior entre cerca de 5 mil redações participantes, que trataram sobre o tema ‘Desafio para a superação do déficit habitacional no Brasil’.

Francisco Ryan (Foto: Acervo pessoal)
Francisco Ryan (Foto: Acervo pessoal)

Criado no mês de março de 2020, o desafio visa incentivar a produção de redações e o desenvolvimento dos estudantes da Rede Estadual de ensino. Mais de 12 mil alunos dos níveis fundamental e médio participaram entre 2020 e 2021.

O desafio funciona da seguinte forma: toda semana, no domingo, é divulgado o tema da redação e os estudantes têm até a quarta-feira para redigir o texto e disponibilizar para as escolas enviarem para os corretores. Após a correção, a lista com as 10 melhores notas é divulgada na segunda-feira seguinte.

“Na temporada passada, fui o primeiro que ficou no ranking dos melhores na minha Gerência Regional de Educação (GRE). De 26 participações no desafio, fiquei 25 entre os melhores. Fui o primeiro a tirar nota mil em 2020, o primeiro a tirar a nota máxima cinco vezes e, em seguida, também o primeiro a receber nota mil 10 vezes”, orgulha-se Ryan.

Sobre a vitória na edição citada acima, Ryan revela de onde tira a fundamentação para o desenvolvimento das redações.

“Leitura é um grande alicerce na construção desse conhecimento. Além disso, é importante estudar por documentários e pesquisas pela internet. No mundo vemos altos índices de desigualdades. Utilizei como argumentos mudanças socioeconômicas, a exemplo do êxodo rural, que provoca um inchaço urbano com a saída do campo para a cidade. Também falei sobre o alto preço dos domicílios, condomínios, moradias”, detalhou, em um texto de 30 linhas.

Ryan conta que pratica redação semanalmente, nas manhãs de sábado. De segunda a sexta-feira, após as aulas (atualmente online, por videoconferência), que acontecem no turno da manhã, o estudante delimitou o período das 13h às 18h para estudos de todas as disciplinas, que incluem também videoaulas de cursinho preparatório para o Enem, presenteado por um tio.

Depois das 18h, o estudante passa a se dedicar à resolução de exercícios e a pesquisas para atualizar uma página de história que mantém no Instagram, uma das paixões dele. Sobre isso, Ryan diz que ainda está indeciso quanto ao futuro profissional.

“Acho interessantes as carreiras policiais e a formação em Direito, mas também penso muito na docência em história. Não me deixo levar pela pressão, mas há coisas que podem incomodar. Pessoas que me veem tirando nota mil começam a criar uma imagem de que eu deveria fazer cursos que eu não quero.”

Além dos conhecimentos adquiridos com os estudos e a prática, a dedicação de Ryan também está se refletindo em premiações. Em 2020, a boa performance do rapaz fez com que fosse contemplado com uma bolsa em cursinho de Língua Portuguesa. Já em 2021, na estreia do desafio, ganhou um notebook como vencedor da etapa.

Ryan pratica redações semanalmente (Foto: Acervo pessoal)
Ryan pratica redações semanalmente (Foto: Acervo pessoal)

As conquistas do estudante fizeram com que se notabilizasse na região que reside, o que o colocou em posição de se expressar com mais frequência diante dos colegas e da comunidade estudantil como um todo. “Comecei a desenvolver mais a dicção”, avalia. E acrescenta: “Não busco mídia, ser melhor que alguém. Busco reconhecimento pelo meu desempenho”.

Para Ryan, algo básico que o exercício da redação traz é o aprendizado com os erros. “Houve um momento que considerei muito difícil. Eu havia tirado cinco vezes nota mil, então apareceu um tema que achava complicado, que eu não tinha muito domínio. No fim das contas, perdi 40 pontos não pelo conteúdo, mas por erros gramaticais. Fica a lição de que devemos ir com certeza, com confiança, mas respeitando a norma culta da língua.”

Essa certeza, confiança, deve ser fortalecida com muita motivação, indo passo a passo, sobrepondo obstáculos e obtendo pequenas vitórias no dia a dia, que podem se somar em triunfos ainda maiores.

“Pode parecer clichê, mas o recado que deixo para os outros estudantes é nunca desistir, que é a maior qualidade de um vencedor. Acredito que todos podem chegar à tão sonhada nota mil”.

Dicas de quem tem experiência

A professora Ana Leite de Sousa Mariano acompanha de perto a trajetória de Francisco Ryan. Ela é professora do jovem na escola pública que ele frequenta em Coremas, na qual ministra as disciplinas de redação, gramática e literatura.

Com licenciatura plena em Letras, a professora tem mais de 30 anos de experiência no ensino e, vendo de perto as potencialidades manifestadas pelos estudantes, tem aptidão para indicar metodologias que funcionam para que os alunos melhorem a escrita. Essa dedicação é um dos fatores que se somam, por exemplo, ao caso de Ryan, dentre os outros méritos do rapaz, sendo a participação dos educadores de suma importância.

“A orientação principal para uma boa redação é a prática. O aluno deve exercitar bem e, principalmente, receber o feedback do professor. É importante ter uma base cultural, não deixando a gramática de lado, procurando sempre contextualizar”, analisa a professora.

Como um dos principais objetivos dos estudantes brasileiros é a preparação para o Enem, no qual, como já foi dito, a redação pode ser vista por alguns como um ‘bicho-papão’, Ana Leite elenca alguns aspectos que devem ser seguidos, ressaltando que ninguém precisa tentar “adivinhar o tema”, mas conhecer as cinco competências principais exigidas na avaliação:

1 – Domínio da norma culta;

2 – Escrever dentro de um limite de um texto dissertativo;

3 – Saber selecionar, organizar, interpretar as informações;

4 – Saber utilizar os mecanismos linguísticos para articular as ideias bem e para o texto ficar coeso;

5 – Apresentar uma proposta de intervenção.

A professora lembra que uma boa escrita é um dos reflexos de uma boa leitura. Por isso, ela busca incentivar os estudantes para a procura de temas que envolvem educação, saúde, violência, contexto histórico, entre outros, em livros, internet e demais meios midiáticos, fazendo também com que se atualizem e fiquem mais preparados para as temáticas exigidas nas provas.

“Nas nossas aulas trabalhamos gêneros textuais variados (ex.: poema, crônica), além da tipologia textual (dissertação, narração, descrição). Geralmente passo para os alunos a tarefa de produzir uma redação por semana, podendo, inclusive, aproveitar o tema proposto no Estudante Nota Mil”, diz Ana Leite, que acrescenta que procura manter o ritmo de produção mesmo durante o ensino remoto, devido às restrições sanitárias de combate à pandemia.

Ela explica que cada estudante tem obrigação de fazer quatro redações por mês, com cada uma valendo 2,5 pontos, cuja soma completa uma nota 10.

Aulas ocorrem de forma remota (Foto: Reprodução)
Aulas ocorrem de forma remota (Foto: Reprodução)

“Uma coisa que aconselho no momento de escrever uma redação é pegar o esqueleto do texto, no formato que a prova exige, trabalhar parágrafo por parágrafo, observando o encadeamento das ideias para que haja coesão. Assim poderemos ver uma melhora de qualidade. É interessante, inclusive, ver as redações que receberam notas baixas para entender os erros cometidos e o que pode ser feito para consertá-los em outra ocasião”, recomenda.

Assim como os próprios estudantes também reconhecem, intervalos de distração e descanso são saudáveis durante qualquer preparação. Ana Leite fala que até nesses momentos é possível adquirir bagagens culturais que auxiliem no desempenho escolar.

“Sempre é importante um momento de lazer. Nesses períodos, além da leitura de temas diversos, costumo fazer sugestões de músicas que também podem ajudar em conhecimentos literários, como, por exemplo, clássicos de Chico Buarque, Milton Nascimento etc.”

A professora deixa claro que, por mais que os educadores sejam preparados para transmitir adequadamente os conteúdos, grande parte dos resultados positivos dependem do esforço individual de cada estudante. E nesse quesito ela cita o aluno Francisco Ryan:

“Parte do sucesso é principalmente dele. Ele quer. Às vezes é um domingo e está lá, Ryan, tirando dúvidas. É muito interessado”, surpreende-se.

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