História e Evolução: Treze e Campinense moldando a Rainha da Borborema

Os dois principais clubes de Campina Grande, Treze e Campinense, estão integrados na história da cidade e fazem parte de todos os segmentos do grandioso crescimento da Rainha da Borborema.

Fundação do Campinense

Primeiro time do Campinense. (Foto: Reprodução: museudoesportedecampinagrande.blogspot.com)

Enquanto a jovem Campina Grande comemora 159 anos de emancipação política, o Galo está perto de completar 100 anos e a Raposa já tem mais de um século de fundação. No entanto, o Campinense, mesmo tendo 108 anos de fundação, intensificou a prática esportiva, especialmente no futebol profissional na década de 1950. Com tão pouco tempo, o clube tem um histórico vitorioso com uma série de conquistas no Campeonato Paraibano, em competições regionais e nacionais.

O Campinense, na década de 1960, conquistou seis títulos estaduais consecutivos, sendo o único time paraibano a conseguir tal feito, levantando a taça em 1960, 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965

Da década de 60 até aqui, ninguém conquistou mais títulos do que o Campinense. Segundo a história rubro-negra, ainda no ano de 1961, foi o primeiro clube a representar o estado numa competição nacional, na extinta Taça Brasil. O feito foi repetido no ano de 1971, disputando a Série B do Campeonato Brasileiro, e em 1972 conquistamos o vice-campeonato da competição, a maior conquista nacional do futebol paraibano até hoje. O Campinense também é pioneiro entre os clubes paraibanos na série A do Campeonato Brasileiro. É o único entre todos os times da Paraíba que já foi Campeão da Copa do Nordeste. “Uma trajetória de lutas e glórias, com frustrações e superações. Com raça, garra, sangue, nervos e coração”.

Site do Campinense
Crescimento da Cidade

A escritora Giovanna Marques escreveu um livro que trata de como o Campinense Clube, através do futebol, foi responsável pela evolução e o crescimento de Campina Grande ao longo dos últimos anos. O livro é fruto da sua pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Giovanna defende que foi através da criação do departamento de futebol, na década de 1950, que a vida de Campina Grande e do Campinense se cruzaram.

O Campinense, segundo Giovanna Marques, em seu livro, foi fundado por intelectuais e bacharéis e era um clube muito restrito. Jamais poderia ter o cunho popular que tem hoje, caso seguisse o curso natural da história.

Giovanna Marques

A ideia do nome, segundo ela, foi de Hortêncio Ribeiro, e ele pensou exatamente em algo que registrasse no nome do clube o orgulho de ser de Campina Grande. O que ela observa é que a história de evolução do Campinense se confunde exatamente com o crescimento de Campina Grande. Os títulos que conquistou, como derrubou a supremacia da Capital em relação ao futebol e como se transformou na principal referência da Paraíba para o Brasil em termos esportivos.

Treze Fundado em 1925

Um dos primeiros uniformes do Treze. (Foto: Reprodução: museudoesportedecampinagrande.blogspot.com)
Um dos primeiros uniformes do Treze. (Foto: Reprodução: museudoesportedecampinagrande.blogspot.com)

Quando o Treze foi fundado, a cidade de Campina Grande começou a se projetar como o segundo maior polo de exportação de algodão do mundo, perdendo apenas para a cidade de Liverpool, na Inglaterra. Nessa época, o clube começou sendo chamado de Treze de Campina Grande. Com isso, o próprio nome era associado à cidade. Este é o relato do professor e historiador Mario Vinicius, que prepara o livro que vai contar os 100 anos de história do clube alvinegro. Fundado em 7 de setembro de 1925, o Treze completa 100 anos em 2025. “A cidade de Campina Grande, por ser grande exportadora de algodão, na época, passou a ter tudo que uma capital tinha naqueles anos, e isso também no desporto. O Treze foi o primeiro clube do interior do Estado a ter um estádio de futebol, o Presidente Vargas, construído em 1938 e 1940. Com isso, começou a fazer amistosos contra clubes do eixo Rio-São Paulo. O Treze chegou a ficar à frente do desenvolvimento da cidade em determinados aspectos. O PV teve sua iluminação para jogos noturnos em 1958, com a chegada de energia de Paulo Afonso”, retratou Mário Vinícius. 

Entre as grandes conquistas do Treze no cenário brasileiro, o professor ressalta a luta do clube para ter o reconhecimento por parte da Confederação Brasileira de Futebol do título nacional do módulo amarelo, correspondente à Série B do Campeonato Brasileiro de 1987. Ele destaca ainda a participação do Treze na Copa do Brasil, em 1995, perdendo nos pênaltis para o Fluminense-RJ, por 9 a 8. O professor Mario Vinícius destaca ainda o amor pelos clubes de Campina Grande, que nasceu devido à motivação dos pais.

“Nós, em Campina Grande, torcemos pelo time da terra, seja o Treze ou o Campinense. Quem torce por outro time, já tem isso como sendo um terceiro clube. Desde cedo, a família ensina as crianças a torcer pelos times de Campina Grande. Temos time para torcer. Com isso, não precisamos torcer por Real Madrid, Barcelona, Flamengo, Vasco, Botafogo, Corinthians…”

Mário Vinícius
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