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Estudante denuncia violência e irregularidades em parto no HU de João Pessoa

O aluno Karl Marx Santana, que faz o curso de Fisioterapia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), denunciou em sua página do Facebook que teria ocorrido a aplicação errada do método de episiotomia durante um parto realizado no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), em João Pessoa. Além disso, Karl Marx, que estaria estagiando no momento do parto, afirmou que médica e enfermeiras teriam feito fotografias ‘selfies’ no momento do parto e debochado da paciente. O hospital informou que vai investigar o caso.


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A episiotomia é um procedimento médico aplicado com um corte entre a vagina e o ânus em mulheres que não conseguem ter a dilatação necessária durante o parto. Porém, de acordo com o relato do estudante, a paciente, interna no HULW durante essa terça-feira (18), estava evoluindo e teria conseguido ter o parto sem necessidade do método.

“Estávamos trabalhando com uma parturiente desde as 8h da manhã, para aumentar a dilatação, favorecer a ‘descida’ e encaixe do bebê além de promover melhor conforto a paciente durante essa fase dolorosa da gestação, o parto. Por volta das 10h, nossa professora recomendou uma nova avaliação médica para verificar a dilatação. Quando foi atendida a solicitação, constatou-se que a criança já estava coroando”, relatou o estudante.

Após a avaliação, a sala de parto foi preparada para a paciente. Segundo o estudante, uma médica entrou no local, segurou uma tesoura, debochou do procedimento e realizou a episiotomia.

“Esta médica apresenta como sua primeira atitude, antes mesmo de ter qualquer contato com a paciente, segurar a tesoura e comentar com suas colegas de profissão, gesticulando com a tesoura: “Olha aqui minha humanização! Olha, minha humanização”. Na segunda contração, enquanto a paciente estava fazendo força, a médica, sem cerimônias, realiza uma episiotomia médio lateral na paciente. Eu e meus companheiros nos entreolhamos e todos reprovaram aquela atitude, pois a paciente estava evoluindo muito bem e rápido, bastava um pouco de paciência”, contou o estudante.

Ainda no relato, o estudante contou que após a episiotomia, enfermeiras da sala começaram a tirar ‘selfies’, fotografando, inclusive, a paciente.

“Não bastasse essa violência, outra profissional saca do bolso um celular e começa a instigar colegas a tirarem uma ‘self”. ‘Não mulher, tem que sair o foco’; ‘pia como eu saí gorda!’; “Eita, saiu as pernas da paciente. Tira outra, tira, tira'”. A partir desse momento, me retirei da sala de parto, pois não tinha mais condições de presenciar tanta violência obstétrica, desumanidade e falta de profissionalismo”, concluiu Karl Max.


Hospital abre sindicância

Ao Portal Correio, o superintendente do HULW, Arnaldo Medeiros, afirmou que o hospital já tomou providências para apurar o caso e vai promover medidas judiciais cabíveis.

“Tomamos conhecimento do caso nesta quarta e montamos uma comissão de sindicância interna para apurar a denúncia. O que podemos dizer é que houve um procedimento médico que foi colocado para a imprensa de forma negativa. Precisamos saber se houve irregularidade ou se houve ou não indicação para aplicação do procedimento. Após o resultado da sindicância, iremos tomar medidas judiciais”, afirmou o superintendente.

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