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Estudantes reagem contra crise na UEPB; Estado diz que recursos estão em dia

O possível corte da chamada de novos alunos para o período letivo 2017.1 na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), divulgado nessa quarta-feira (11) pelo reitor da universidade, Rangel Júnior, durante entrevista ao Portal Correio, gerou reação de alunos da instituição. Um dos estudantes, Yorran Montenegro, divulgou uma carta aberta contestando a ideia do corte e considerando a medida como “não pensada”. Leia abaixo.

Leia também: UEPB em crise estuda suspender chamada de 2,7 mil novos alunos para cortar custos

Segundo Yorran Montenegro, que tem 19 anos e cursa o 4º período de Ciências Biológicas, antes de levantar a possibilidade de corte de novos alunos a instituição deveria fazer o “dever de casa e cortar gastos com superficialidades”.

“Ele [o reitor] tem esquecido que quando se corta a entrada de novos alunos se corta investimento a longo prazo em novos profissionais, que vão reverter esse investimento em conhecimento e produção para o país. A UEPB construiu uma praça em comemoração aos 50 anos e isso é gasto desnecessário, já que não tem serventia. É uma contradição se falar em cortar gastos fechando novas vagas de ensino, mas investir em construção de praça”, afirmou o aluno.

Em um trecho da carta aberta, Yorran disse também: “Eu, como um mero estudante de uma instituição de ensino que tem seu apogeu de cinquenta anos de evidência científico-tecnológico me detenho apenas a pouquíssimas palavras, eloquentes e ao mesmo tempo insatisfatórias quanto sua forma de proclamar o corte de ‘gastos’. Veja, excelentíssimo, não é de minha natureza querer contrariar suas formosas palavras, no entanto, é de minha natureza como estudante querer de certa forma chamar sua atenção a um detalhe primordial, o excelentíssimo não está cortando gastos, está cortando investimento a longo prazo em profissionais capacitados que poderiam futuramente reerguer a economia nacional através de sua qualificação profissional”.

Repasse do Estado segue em dia

Ao Portal Correio, o secretário de Planejamento e Gestão da Paraíba, Waldson de Souza, o Estado tem realizado corretamente o repasse de recursos para a UEPB, que chegam aos R$ 300 milhões por ano.

“A UEPB recebe repasse da ordem de R$ 300 milhões do orçamento, sendo que mais de 90% desses recursos é gasto com pessoal. O governo tem autorizado até o pagamento do 13º e locação de recursos necessários para fechamento do exercício. Se o planejamento da UEPB não está a contento, não é por falta de repasse”, afirmou o secretário. A instituição tem autonomia para gerir os recursos.

Veja abaixo a íntegra da carta aberta do estudante Yorran Montenegro:

“CARTA ABERTA AO EXCELENTÍSSIMO REITOR RANGEL JUNIOR

Excelentíssimo,

De que maneira mais poderia chama-lo, especialmente por ocupar tão distinto cargo ao olhar nacional do que a administração de uma das mais belas instituições de ensino e formação de profissionais do que uma universidade. É de modo intrínseco que deixo aqui tamanha responsabilidade administrativa no setor nacional.

Dias anteriores, foi finalmente dado um investimento no campus um da Universidade Estadual da Paraíba com a construção de uma praça em que uma pedra angular – exorbitantemente grande e demarcadora – foi fixada o poder educacional da instituição de ensino quanto a sua fase de produção científico-tecnológico abrangente não só no estado paraibano e regiões, bem como em um olhar nacional. Pari passu, a contradição a este fato foi observado com sua decisão de cortar gastos iminentes as vagas apresentadas no processo de seleção unificada nacional. O corte de gastos foi amplamente divulgado por vossa excelência, especialmente porque não havia condições de arcar com mais despesas como a contratação de novos profissionais que iriam aumentar a frota profissional e adequadamente educada do cenário nacional. No entanto, os gastos mediante a investimentos internos como a construção de uma praça mostrando o vislumbre do cenário e poderio educacional da instituição não deixou de ser, também, como o senhor mesmo chamou “gasto”.

Eu, como um mero estudante de uma instituição de ensino que tem seu apogeu de cinquenta anos de evidencia científico-tecnológico me detenho apenas a pouquíssimas palavras, eloquentes e ao mesmo tempo insatisfatórias quanto sua forma de proclamar o corte de “gastos”. Veja, excelentíssimo, não é de minha natureza querer contrariar suas formosas palavras, no entanto, é de minha natureza como estudante querer de certa forma chamar sua atenção a um detalhe primordial, o excelentíssimo não está cortando gastos, está cortando investimento a longo prazo em profissionais capacitados que poderiam futuramente reerguer a economia nacional através de sua qualificação profissional, afim de girar o capital e poder de maneira auctoritas o movimento econômico nacional, dada que as consequências do manejo econômico não foi culpa do próprio cidadão que utilizou de maneira inadequada o dinheiro investido, mas dos próprios administradores que não tiveram a competência de administrar o que lhes foi devido.

Espero que de forma alguma isso recaia sobre sua excelentíssima gestão, mas pelo contrário, que o senhor possa ser consciente de que o investimento para, como o excelentíssimo mesmo evidenciou, os 2,7 mil profissionais que com o investimento a longo prazo poderiam girar a economia nacional, elevando-a a um patamar mais bem profissionalizado e capacitado, deixarão de existir. Isso como medida a longo prazo, poderemos multiplicar este número a quanto mais anos ele possa ser seguido. Last not least, não diria que essa medida administrativa está sendo direcionada a pensamentos a longo prazo, mas somente para uma visão um pouco superficial do que seria uma gestão adequada para o investimento na economia nacional e no crescimento do conhecimento científico-tecnológico.

Se trocarmos poucas de suas palavras dadas em entrevistas à ferramentas comunicativas em nossa região, ouça que contra-tom elas iriam assumir. Em entrevista dada pelo reitor Rangel Junior, “a retirada de uma entrada anual de alunos é necessária para reduzir os ‘investimentos’ da instituição com professores e funcionários temporários em um panorama de crise financeira”. Observe que patamar de incertezas o senhor tem se adentrado. Vossa excelência me permita dizer mais, posso dizer que o não-investimento anual em 2,7 mil profissionais que serão qualificados a longo prazo, o que poderíamos esperar de uma instituição de ensino que não pensa no imediato, mas sim investimentos a médio prazo, como no caso das formações profissionais? Seria algo salutar, indiferente com a política e a natureza da própria instituição de ensino.

No entanto, não apenas quero registrar que não desejo de maneira alguma me abster dos assuntos que fazem jus a sua atual administração, mas prefiro dizer que estou sendo covalente a toda a lógica empregada ao que se chama instituição de ensino. Se o ensino fosse um “gasto”, não poderíamos empregar o conceito de ele seja um investimento a médio e longo prazo para uma melhoria qualificadora no mercado nacional de investimento e crescimento econômico e cientifico-tecnológico.

No mais, me encontro a disposição para maiores esclarecimentos e honrado de poder discutir minhas opiniões com vossa senhoria.

Na certeza que fará o que realmente cabe a natureza educacional fazer,

Yorran Montenegro.

Estudante da Universidade Estadual da Paraíba.”

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