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Estudo nacional sobre Covid-19 chega à Paraíba com testes em 4 cidades

Equipes iniciam nesta quinta-feira (4), em quatro cidades da Paraíba, a segunda fase de uma pesquisa que pretende mensurar o tamanho da infecção por coronavírus no Brasil. João Pessoa, Campina Grande, Patos e Sousa são as cidades que passarão por essa investigação, que vai até o sábado (6), e implica na administração de testes rápidos de detecção da Covid-19, com o consentimento do entrevistado.

Natacha Pereira, diretora de projetos da Tendência Pesquisa, de Campinas (SP) – uma das empresas contratadas pelo Ibope para fazer o levantamento no país – assim como na primeira onda, esta nova fase aplicará 33 mil testes.

A pesquisa integra um estudo da Universidade Federal de Pelotas (RS) e foi encomendada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de levantar o grau de imunização e de circulação do coronavírus. 

Ao todo, 100 mil testes serão aplicados nas 133 maiores cidades brasileiras (capitais e municípios mais populosos). Foram 33 mil testes na primeira onda, que terminou no dia 21 de maio. Outros 33 mil serão aplicados entre esta quinta e sábado e mais 33 mil entre os dias 19 e 21 deste mês.

Fake news atrapalham

Na primeira fase, a pesquisa não atingiu as 33 mil aplicações por dois fatores: notícias falsas espalhadas nas redes sociais sobre o trabalho e ações contrárias de prefeitos que não tinham interesse em confrontar seus próprios dados epidemiológicos com os números que seriam encontrados pela investigação do Ministério da Saúde.

“No caso dos gestores, o medo deles é de que a pesquisa aponte para a necessidade de tomar medidas mais restritivas, como o lockdown, travando as atividades econômicas”, explica Natacha Pereira. A verdade é que os prefeitos não têm dados epidemiológicos.

Já as fake news são alimentadas pela própria população à medida que espalham informações inverídicas nas redes sociais. “Há tantos casos absurdos. Num desses a pessoa filmou os agentes da pesquisa e postou por WhatsApp que as pessoas não atendessem as equipes por elas estariam enganando, afirmando que estavam fazendo pesquisa, mas que na verdade estariam ‘contaminando o povo’”, relata Natacha.

A Paraíba (com 27,2%), Mato Grosso (26%), Pernambuco (37%) e Rio Grande do Norte (49,6%) foram os Estados onde foram aplicados menos da metade dos testes previstos na primeira fase da pesquisa. No Nordeste foram apenas 63%, o menor índice entre as regiões.

Como é a abordagem

Individualmente ou em duplas, os pesquisadores chegam às casas com máscaras higiênicas e crachás do Ibope onde há seus nome, foto e CPF. Buscam contato com uma pessoa maior de 18 anos e perguntam, à distância, se aceita participar da pesquisa.

Se houver consentimento, o pesquisador recolhe os nomes dos integrantes da residência, põe no tablet e faz um sorteio para indicar quem passar pelo teste rápido de detecção do coronavírus.

Uma gota de sangue recolhida em um dedo da mão destra. Se passam 15 minutos até o resultado e, em caso positivo, todos da residência passam pelo mesmo processo. Os dados vão para a ferramenta do pesquisador e chegarão mais tarde à base de dados da pesquisa nacional. 

O material e as informações só serão coletados após assinatura do termo de consentimento livre e informado. As pessoas testadas em campo terão um número de telefone celular registrado para que possam receber informação sobre o resultado do teste. Os casos positivos serão informados às Secretarias Municipais de Saúde e à Secretaria de Saúde do Distrito Federal para providências necessárias.

“Sendo assim, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) conta com o apoio dos (as) senhores (as) secretários (as) municipais de saúde para articular com as respectivas Coordenações de Vigilância Epidemiológica, de Vigilância Sanitária e de Atenção Primária à Saúde, bem como com outros setores locais, principalmente, órgãos de Segurança Pública, na perspectiva de possibilitar a execução da pesquisa, primando aceitação da população e pela segurança dos entrevistadores. Nesse sentido, é necessária ampla divulgação, informando sobre a relevância do estudo e combatendo a circulação de notícias falsas”, informa a secretária de Atenção Primária à Saúde, Daniela de Carvalho Ribeiro, em ofício enviado aos secretários de saúde.

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