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Ex-cabeleireiro acaba com três anos de jejum do Brasil no UFC

Devastador. Não parecia que a luta valesse o cinturão do peso mosca do UFC. Deiveson Figueiredo parecia estar treinando. Batendo em um sparring novato. Foram três diretos que se transformaram em três knockdowns. Fizeram o rival desabar. Três tentativas de mata-leão, até que a quarta fez o norte-americano Joseph Benavidez perder os sentidos. Tudo isso em apenas 4 minutos e 48 segundos.

Deiveson tornou a luta um massacre. Justificou o apelido que adora: ‘Deus da Guerra’. O paraense acabou com a frustração do mais longo período que o MMA masculino do Brasil ficou sem cinturões no UFC. Foram longos três anos.

José Aldo, duas vezes; Demian Maia; Rafael dos Anjos; Thiago Marreta; Marlon Moraes. Tentaram e foram vencidos. O próprio Deiveson, que já havia vencido Benavides, mas perdeu o cinturão por estar acima do peso, em fevereiro.

Cuidador de animais, cabeleireiro, pedreiro e mototaxista antes de se dedicar inteiramente às lutas, tem 20 combates e uma derrota apenas.

Deiveson esperava disputar o título com Henry Cejudo, mas o então campeão dos moscas decidiu se aposentar. Deixou a disputa para o brasileiro, que era o primeiro do ranking contra Joseph Benavidez, segundo.

A revanche foi um massacre. E não deixou dúvidas, como a primeira, na qual uma cabeçada involuntária serviu de desculpa para Benavides questionar a derrota. Na noite do sábado (18), na Ilha da Luta, em Abu Dhabi, não há desculpas.

O norte-americano tomou uma surra. Deiveson, confiante, racional, foi impiedoso.

“Estou muito feliz, trabalhei duro para isso, sabia que meu momento ia chegar. Essa é a hora. Vou trabalhar duro para manter por muito tempo. Eu sou o campeão e estarei sempre preparado para os próximos desafios.”

“Eu sou um cara que veio do Marajó, desde criança trabalho com animais bravos, adquiri o instinto selvagem destes animais e sou um feroz dentro do octógono.”

“Eu queria dar este show e levar o cinturão para minha cidade, Soure, para Belém do Pará, e levar o cinturão para todos os brasileiros”, disse, empolgado, com a conquista.

“Eu treinei para isso. Falei a semana toda que ia decidir no primeiro round e queria finalizar ele para quebrar o recorde dele nunca ter sido finalizado. Foi o que aconteceu, eu venci ele, foi no primeiro round e finalizei, quebrei o recorde dele. Cumpri o que eu prometi. Foi uma semana muito corrida, fiquei preso dentro de um quarto por seis dias em São Paulo para provar que não estava com Covid. Quando cheguei em Abu Dhabi fiquei preso dois dias no quarto. Mesmo assim superei as dificuldades, bati abaixo do peso e provei que tenho capacidade para bater o peso da categoria. Cumpri o que falei, agora sou o dono do cinturão e os demais que me esperem porque o dono chegou”, disse o campeão.

Deiveson foi diagnosticado de forma errônea com Covid-19. Mas ele tinha no corpo anticorpos da doença, já que havia se contaminado, e recuperado, dois meses atrás.

Dono de um estilo agressivo, versátil, Deiveson, aos 32 anos, tem talento, força, agilidade para seguir muito tempo com o cinturão.

A vitória mostrou seu excelente nível e resgatou a moral dos homens brasileiros no UFC.

*Texto do R7

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