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Excesso de ivermectina pode causar surtos de sarna resistente

Alerta foi feito por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas e pode ajudar a entender surto em Pernambuco
Pernambuco tem registrado casos de erupções cutâneas e coceira | Imagem ilustrativa (Foto: Wikimedia Commons)

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fizeram um alerta, em agosto deste ano, para o consumo inadvertido e indevido do antiparasitário ivermectina. O medicamento faz parte do chamado “kit Covid”, sem que ofereça nenhum benefício no tratamento ou prevenção da infecção pelo coronavírus. A informação é do R7.

Em um artigo, os pesquisadores integrantes do Núcleo de Estudos em Farmacoterapia (NEF) analisaram casos de sarna humana (escabiose) resistente à ivermectina, droga usada para essa doença.

“O nosso artigo lança a hipótese de que poderíamos ter problemas com surtos de escabiose resistente, por conta do uso irracional da ivermectina. O surto está configurado, pois está havendo um aumento rápido de casos de lesões de pele com coceira e outros sintomas”, afirma a professora Sabrina Neves, uma das autoras do trabalho, em comunicado divulgado na sexta-feira (26).

Ela se refere a um surto com mais de 250 casos de erupções cutâneas e coceira de origem desconhecida que estão sendo investigados em Pernambuco. “Ainda não há diagnóstico da doença que está causando o surto. Algumas hipóteses da etiologia [origem] estão sendo testadas; entre elas está a escabiose levantada pelo artigo.”

Os autores salientam que o consumo de ivermectina aumentou em quase dez vezes durante a pandemia.

“O uso irracional de medicamentos é um problema de saúde pública, porém, no caso de antibióticos, antiparasitários e antifúngicos, esse problema ganha proporções maiores. Quando utilizamos de forma irracional/incorreta medicamentos, como a ivermectina, corremos o risco de induzir a resistência do parasita ao medicamento que deveria tratar a doença causada por ele”, conclui Sabrina.

Na semana passada, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) da Paraíba divulgou uma nota técnica orientando profissionais sobre possíveis ocorrências de casos semelhantes aos registrados em Pernambuco. No documento, a SES pede que seja notificada caso algum paciente apresente sintomas como erupção cutânea e coceira. O objetivo é prevenir que a doença se alastre. Até o momento, no entanto, nenhum caso foi noticiado pela SES.

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