Nos últimos três anos, a Lava Jato mostrou a corrupção e o oportunismo na política, desmistificando os que adotaram o populismo e a demagogia para fazer carreira e enriquecer usando os bens públicos. São tantos, e em todos os níveis, que fica a dúvida se sempre foi assim. A desonestidade sempre existiu, mas houve um tempo em que os homens públicos se esforçavam para serem exemplos para a sociedade. Mesmo os muito poderosos.
José Américo de Almeida era considerado o “oráculo da Paraíba”, respeitado por aliados e adversários. Nunca teve o nome relacionado a corrupção. Se estivesse vivo, estaria completando 130 anos neste janeiro, e deveria receber homenagens por obra de valor inestimável: as Faculdades de Medicina e Direito. Vou deixar quem sabe contar essa história. A partir daqui, transcrevo Lourdinha Luna, a guardiã do seu legado:
“Consta que ao deixar o Ministério de Viação, José Américo tentou regressar ao seu berço. Amigos influentes, entre eles o ministro Rubem Rosa, conterrâneo e íntimo de Getúlio Vargas, iniciou sua entrada no TCU. Mas, ele não se sentiu realizado. Seu sonho cada vez mais vivo era voltar para João Pessoa e criar Faculdades para que moços sem recursos financeiros pudessem vencer na vida. Incomodava-o ver rapazes e moças em empregos modestos, se bem que o trabalho não humilha a quem o realiza com amor, mas queria para os paraibanos um destino venturoso.
No último comício de sua campanha, tendo N.S. das Neves como testemunha, prometeu que fundaria Escolas de Ensino Superior, como fizera com Areia. Quem ouviu o juramento vibrou porque sabia que José Américo não era de prometer para ter votos. Ele assumiu o governo em março de 1951, e em julho houve o primeiro vestibular para Direito. A de Medicina começou a funcionar no ano seguinte.
O Estado sozinho não tinha condições de enfrentar todas as despesas de instalação das Escolas. Bacharéis, magistrados e médicos se uniram a José Américo. Os abonados foram mais pródigos. Louvores aos juízes Flósculo da Nóbrega, Renato Lima, Agripino Barros, médicos João Medeiros, Humberto Nóbrega, Danilo Luna, e muitos outros. Essa foi a Paraíba altaneira que, junta, fez a felicidade de muitos paraibanos. Em 1973 a Universidade da Paraíba foi classificada como a 3ª melhor do país. Temos a alegria de dizer que a vida na Paraíba se prolonga, por via dos nossos cientistas”. Ao invés de tirar, deram. Que diferença, Lourdinha!
TORPEDO
“O PMDB não pode ser usado. Uma parte dele está sendo usada para justamente levar a cizânia dentro do partido. Isso é muito grave. (…) Ele deve entender que o caminho correto é o que a rua sinalizou.”
Do vice-prefeito Manoel Júnior, sobre ações de Raimundo Lira que questionam a posição oficial do PMDB, de oposição a Ricardo Coutinho.
Conversa
Ao invés de responder, no mesmo tom, as provocações dos ricardistas no PMDB, o senador José Maranhão, presidente estadual convocou uma reunião para a próxima sexta-feira, dia 20. Quer ouvir o que têm a dizer.
Duas questões
De um parlamentar experiente: “Raimundo Lira está correndo o risco de perder o apoio de José Maranhão, quando quer ser líder do PMDB no Senado? São apenas 19 votos, e um pode decidir. Por que será?”.
Ele voltou
O pedido de demissão do médico José Carlos Evangelista levou o prefeito Luciano Cartaxo a reconduzir seu coringa, Adalberto Fulgêncio, para o comando da Secretaria de Saúde. Ocupa o cargo pela 3ª vez na sua gestão.
Transformação
Luciano visitou, ontem, obra emblemática de sua gestão: o novo bairro São José, que começou com a sustentação da barreira e residencial para abrigar 1.340 pessoas, e vai urbanizar toda área do rio. Entrega no 2° semestre.
ZIGUE-ZAGUE
O ex-ministro Geddel Vieira e o ex-deputado Eduardo Cunha atuavam em conjunto em negociações ilícitas na Caixa, em troca de propina.
É o que diz relatório da PF, que fez nova operação com foco no ex-ministro de Lula e Temer, que foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa.