Exposição de arte aborda violência contra mulher, em João Pessoa

A estudante de artes visuais Yasmin Formiga lança, nesta quinta-feira (8), uma exposição na Casa da Pólvora, em João Pessoa. A mostra recebeu o nome da própria autora e ficará disponível para visitação do público até o dia 6 de abril, das 9h às 17h. A entrada é gratuita.

Segundo a artista, que também vai fazer uma performance sobre a violência na abertura da mostra, às 20h, o feminicídio vem sendo naturalizado, como se a morte de uma mulher fosse algo comum no nosso cotidiano. Por isso o trabalho dela foca, de forma direta, nesta questão, para que as pessoas possam enxergar que é real e pesado aquilo que vem sendo tratado como mais um acidente.

“Minhas obras são diretas e fortes, feitas para gerarem reflexões sobre a naturalização da violência contra a mulher e sobre a censura que uma sociedade patriarcal construiu diante do corpo feminino, um corpo criado para não ser liberto. Minhas obras refletem sobre a liberdade de um corpo com asas, que encorajam outras mulheres a sentirem essa liberdade”, explica Yasmin.

Paraibana, Yasmin Formiga ganhou projeção nacional ao criticar uma música de funk e apontar que a letra dela fazia apologia ao estupro. O Spotify chegou a tirar a faixa do ar após a polêmica.

A exposição tem curadoria de Sidney Azevedo, crítico, mestre em Artes Visuais e diretor do Centro Cultural Casa da Pólvora, e conta com obras em diversos suportes, como desenho, pintura e instalações, através dos quais a artista paraibana aborda as várias formas de violência cotidiana contra a mulher, com o objetivo de chamar atenção para a banalização dessa violência.

Para Sidney Azevedo, a artista “traduz por meio de obras polifônicas, emergindo de sua aparente fragilidade etérea, a resistência feminina em total ebulição semântica. Ela denuncia com veemente materialidade o descaso de alguns formadores de opinião no tangente aos abusos e às múltiplas formas de violência, sejam elas veladas, sofisticadas, físicas, psicológicas, explícitas ou vulgares, sofridas pelas mulheres”.