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Fal?sia do Cabo Branco pode desaparecer em 20 anos caso nenhuma a??o de prote??o ocorra

Em duas décadas, se nenhuma ação for feita para conter a intensa erosão da barreira do Cabo Branco, o farol sobre a falésia poderá desaparecer. A situação ocorreria considerando o processo erosivo que avança, em média, um metro por ano, conforme estudos geológicos e cálculos feitos a partir de imagens de satélite entre 2007 e 2009, e a distância entre a barreira e o Farol, em torno de 20 metros. A afirmação é do professor Eduardo Galliza do Amaral Marinho, doutor em geociências pela Escola de Engenharia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e geógrafo na área de Geologia e Geografia Física, no Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

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“Do ponto de vista estatístico e probabilístico, em 20 anos, o Farol do Cabo Branco desapareceria”, constatou. Ele explicou, porém, que a erosão não é linear, e pode estacionar em determinado momento com um bom tempo sem que haja evolução do quadro. “Porém, considerando as estatísticas, probabilidades e a média do avanço de um metro por ano, em 20 anos, o Farol iria desaparecer”, reforçou. 

Apesar da constatação, especialistas na área garantem que não há prognósticos catastróficos, nem risco da barreira desabar totalmente. Porém, é necessário que medidas urgentes sejam tomadas, retardando esse processo para até 80 anos. 

O geógrafo e professor de engenharia ambiental da Faculdade Internacional da Paraíba (FPB), Williams Guimarães, explicou que a variação de recuo da falésia é de 0,46 metro a 1,92 metro por ano. A grande variação, segundo ele, ocorre devido ao avanço costeiro muito acentuado numa área crítica de erosão. Mesmo assim, ressaltou. “O Farol não vai desaparecer. A população não precisa se assustar porque não há previsão catastrófica”, tranquilizou. O recuo erosivo pode chegar próximo ao Farol, impedindo o acesso que já é limitado pelos pontos cercados pela prefeitura para minimizar a erosão. 

Ele explicou que, se em duas décadas, o recuo erosivo se mantiver na mesma dinâmica que está hoje, a erosão chegará próximo ao Farol. Mas, ele discorda do desaparecimento do símbolo. “Não é que vai cair, mas o mirante do Cabo Branco já caiu. Então, o acesso até o Farol vai se tornar mais difícil se nada for feito”, afirmou. Além disso, segundo o Guimarães, é preciso considerar uma série de fatores, como fluxo de corrente, clima, chuva, vento. “Se a dinâmica se mantiver do jeito que está hoje, a situação da barreira pode se agravar ainda mais”. 

Sobre as ações previstas no projeto atual, ele afirmou que toda intervenção na área será para minimizar o processo de erosão, mas não vai cessá-lo. “Se nada for feito, os acessos começarão a ficar difíceis, mas com as ações previstas, é possível controlar a erosão e retardar esse processo para 60, 80 anos”, calculou. 

Ainda segundo o professor, a Estação Ciência é um elemento coadjuvante e sua contribuição negativa é mínima. “Até concordo que ela não deveria ter sido construída ali, mas o prédio não aumenta a erosão da falésia. O problema é resultado de um conjunto de aspectos, desde os naturais até o que é provocado pelo homem. Antes havia uma pista de MotoCross que influenciava muito mais”, observou. 

Paliativo

A retirada do tráfego em um sentido da barreira feita esta semana pela Prefeitura, na opinião do geógrafo Williams Guimarães, é apenas um paliativo, mas traz uma preocupação a menos com o processo de erosão. Ainda assim, frisou que não é apenas o trânsito que interfere. O mar, as ações naturais ou as que resultam da ação humana provocam a erosão que vai se acentuando para dentro do continente, conforme o professor.  A erosão é um processo natural que foi aumentado por interferência do homem. O recuo erosivo é a evolução do ciclo de uma falésia, que ocorre naturalmente. Quando chega o homem amplifica o processo. A intervenção, ou seja, colocar o projeto da Prefeitura em prática, vai controlar e diminuir a ação do recuo erosivo que está intenso. “É como a manutenção de um carro para evitar a corrosão. Então, as intervenções servirão para que a região tenha uma vida mais longa”, comparou Williams Guimarães. Na gestão do prefeito Luciano Agra (2010-2013), o especialista participou dos estudos para elaboração de projeto para a barreira. “Não havia projeto.

Leia matéria completa na edição desta sexta-feira (7) do jornal Correio da Paraíba.

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