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Família espera mais de 12h por liberação de corpo

Familiares do aposentado Elieser Paulino, de 86 anos, aguardam há mais de 12 horas pela liberação do corpo no Núcleo de Perícia Científica (NPC) de Guarabira. O idoso morreu no fim da tarde dessa quarta-feira (1º), em um sítio no município de Cacimba de Dentro. Ele caçava com uma espingarda e arma teria disparado acidentalmente, segundo a familiares. O aposentado morreu na hora.

Ao Portal Correio, familiares de Elieser relataram angústia da espera pelo velório e enterro. Até a manhã desta quinta (2), não havia previsão para liberação do corpo. Mas, de acordo com parentes, não há médicos legistas no plantão do dia e, por esse motivo, provavelmente o corpo seria liberado nesta sexta (3).

No entanto, o diretor do Instituto de Perícia Científica (IPC), coronel Fábio Almeida, garantiu, por meio da assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança e Defesa Social (Seds), que o corpo de Elieser Paulino foi transferido para João Pessoa, onde passará por perícia e será liberado ainda nesta quinta.

O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais da Paraíba (Sindperitos), Hebert Bozon, lamentou a situação e confirmou que faltam profissionais no NPC de Guarabira. Segundo ele, são necessários cinco médicos para fechar uma escala semanal. Em Guarabira, existe menos. “Realmente, há dias que não existem legistas por lá”, confirmou.

“Estudos estatísticos mostram que o ideal é que haja um perito para cada 5 mil pessoas da população. Nós temos 273 peritos na Paraíba, então estamos muito aquém do necessário”, avalia Hebert, apontando que cada profissional cobre cerca de 14 mil pessoas no estado, já que a população atual é de quase 4 milhões.

Ainda conforme o presidente do Sindperitos, a situação se agrava com a desistência de alguns médicos. “Nos primeiros seis meses deste ano, quatro médicos pediram afastamento porque encontraram empregos melhores, com salários mais altos e melhores condições de trabalho. Uma dessas baixas foi justamente no NPC de Guarabira”, comenta Hebert.

Ele destaca também que, além de poucos profissionais, o NPC de Guarabira está com estrutura precária. “Denunciamos isso no relatório que culminou com a interdição no IPC de João Pessoa. Não sei por que a medida não foi estendida para Guarabira e Patos, onde há muitos problemas. Só para dar um exemplo, o setor de necropsia de Guarabira fica muro com muro com uma creche. Os gases da putrefação de corpos são nocivos à saúde. Já imaginou se uma mosca pousa num corpo e depois pousa na comida dada às crianças? Não sei como nenhuma providência foi tomada ainda”, reclamou Hebert.

Sobre as falhas no prédio do NPC de Guarabira, o diretor do IPC informou que existe um projeto de restruturação e que ele visitará o local em breve dar continuidade às ações de reparo.

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