Faltam médicos, medicamentos e materiais básicos; setores que não funcionam, mesmo equipados; unidades de saúde que não contam sequer com água potável para oferecer aos pacientes. Este é o exemplo de situação de uma das unidades de Saúde da Família, em João Pessoa, como da Novaes I.
A espera por exames chega a demorar um ano, sem previsão de quando serão disponibilizados. Se para os pacientes das unidades de Saúde da Família (USFs) a situação é desesperadora, para os profissionais não é diferente. Médicos, enfermeiros e outros servidores garantem que as condições de trabalho são inadequadas, que os salários são injustos e que se sentem impotentes diante da situação. Não há outra palavra para definir: a saúde de João Pessoa está “doente”.
Enquanto os pacientes chegam cedo nos postos, alguns médicos só aparecem por volta de 9h30. Além do atraso, os usuários são obrigados a receber atendimento de profissionais que mal olham no rosto de quem precisa de atenção e cuidados. “Tem uma médica que não olha nem para a cara da gente. Só prescreve o medicamento. O atendimento dela é muito ruim”, afirmou a auxiliar de serviços gerais Josicleide Maria da Silva.
Um paciente especial esperou oito meses para se consultar com um neurologista. “Tenho um filho especial que precisava dessa consulta. Demorou muito tempo para dar certo. É um absurdo!”, reclamou a dona de casa Adriana Maria Souza. Moradora do Bairro dos Novaes, ela afirmou que o consultório odontológico da Unidade Integrada Saúde para Todos não funciona desde a inauguração do posto, em dezembro de 2012. Embora os médicos estejam no local e a sala conte com todos os equipamentos necessários, os pacientes recebem encaminhamento para serem atendidos em postos de outros bairros.
“As dores já se espalharam”
Josinalva Galdino Félix precisou de medicamentos e em várias ocasiões a farmácia da Unidade Integrada do Bairro dos Novaes estava desabastecida. O problema é grave, mas não é o único. Há um ano, ela sofre com dores no ombro e punho e aguarda por um raio X. “Tanto tempo passou que agora as dores já se espalharam pelo outro braço. Já liguei até para a ouvidoria, mas não adianta. O pior é que a gente tem que esperar, porque não tem condição de pagar um plano de saúde”, constatou.
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