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Fim de semana tem Feirinha de Domingo e Encontro de Cirandeiras

Como parte da programação especial em celebração ao Mês da Mulher, a Funesc realiza, pela primeira vez, o Encontro de Cirandeiras dentro do projeto Roda de Sanfona. O evento acontece neste domingo (11) com a presença de três mulheres que são referência em cultura popular na Paraíba. As convidadas são Vó Mera, Coco de Teca e Ana Rodrigues, do Coco de Roda Novo Quilombo (Gurugi/Conde). Na mesma data acontece mais uma edição da tradicional Feirinha de Domingo, com artesanato, variedades, brechó e gastronomia. O acesso é gratuito.

A primeira Feirinha de Domingo de 2018 também acontece no Espaço Cultural José Lins do Rego, e vai ocupar a Praça do Povo com artesanato, variedades, brechó, gastronomia, food bikes e expositores distribuídos pelo local. O evento acontece das 14h às 19h. O acesso às atrações é gratuito, com exceção do Planetário, que funcionará com sessão única às 16h e ingressos a R$ 4 (inteiro) e R$ 2 (meia entrada). Também está aberta visitação à Estação Ciência do Espaço Cultural e Gibiteca.

Cirandeiras

Vó Mera – Domerina Nicolau da Silva é uma das personalidades mais carismáticas e importantes da cultura popular da Paraíba. Vinda de uma família de agricultores, teve que trabalhar na lavoura desde criança para garantir o sustento da casa. Foi também durante a infância que nasceu o seu interesse pelas diversas manifestações culturais do estado. Vó Mera, como é popularmente conhecida, participou do primeiro coco de roda ainda em sua cidade natal, onde esperava ansiosa pela chegada dos festejos juninos para acompanhar a tia, que cantava nas comemorações da fazenda na qual trabalhavam. Com a voz afinada e tocando um ganzá, a garota já expressava seu talento e a paixão pela cultura regional. Foi também nessa época em que ela escreveu as suas primeiras cirandas.

A história da artista se relaciona muito com a origem do Bairro do Rangel, localizado na cidade de João Pessoa, onde foi morar ainda na infância. Católica fervorosa, a mestre cirandeira leva a sua musicalidade e dança para as igrejas paraibanas, nas quais se apresenta com composições próprias, divulgando cada vez mais a cultura do Nordeste. No ano de 2003, seu grupo de ciranda foi batizado como Vó Mera e Seus Netinhos. O nome veio por conta do seu neto Fernando Dylan, que a acompanhava tocando pandeiro e bumbo nas apresentações da artista. Além dos dois, o conjunto foi formado por Jéferson Pereira, Josenaldo Júnior tocando afoxé e Clara Regina, com o ganzá. Anos depois, a composição mudou novamente e passou a ser chamada de Vó Mera e Suas Netinhas, por ser integrada apenas por mulheres

Dona Teca do Coco de Cabedelo – Herdeira do Mestre Benedito, criador do grupo Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito, criado ainda nos anos 70 e mantido até hoje. Pela cabeça de Benedito nunca passou a ideia de que a brincadeira de tocar coco e dançar ciranda em família um dia viraria um grupo formal. Mesmo antes de se mudar de Cruz do Espírito Santo para Cabedelo, em 1950, o patriarca já tinha o costume de convocar filhos, netos, irmãos e vizinhos para a despretensiosa dança em grupo. As apresentações tinham letra e ritmo, mas eram guiadas sobretudo pelo improviso. Com o tempo e a notoriedade local, o coco foi sendo cada vez mais requisitado para passagens por festas juninas, carnavais e eventos de bairro. A “formalização” de fato, com o batismo de Coco de Roda e Ciranda do Mestre Benedito, veio em 1976, ainda que mantivesse sempre vivo o espírito da brincadeira. “Ao nosso núcleo se juntava qualquer pessoa que estivesse assistindo e quisesse se divertir”, lembra Terezinha da Silva Carneiro, a Dona Teca.

Ana Rodrigues – Líder comunitária da comunidade Ipiranga e coordenadora do Coco de Roda Novo Quilombo (Gurugi/Conde). Coordenadora da Festa de Coco de Roda, o tradicional Coco do Gurugi. A atividade celebra com muita dança, música e alegria, histórias de luta, resistência e identidade da cultura quilombola.

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