O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), firmou parcerias para produzir medicamentos contra a hepatite C e o HIV. A fabricação nacional desses produtos, considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), deverá ainda gerar economia para os cofres públicos, uma vez que atualmente o país precisa adquiri-los no exterior.
Segundo o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, essas parcerias fazem parte de uma política que busca fortalecer a produção nacional e absorver tecnologia para dentro do país. Para Mendonça, a iniciativa permitirá também aumentar o acesso da população ao tratamento e à prevenção de doenças.
PrEP
O quinto medicamento que será produzido em Farmanguinhos é a pílula antirretroviral baseada nas substâncias Emtricitabina e Tenofovir. Difundido no mercado sob a marca Truvada, da empresa norte-americana Gilead, o remédio é usado na profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotá-lo como política de saúde, com sua distribuição para grupos específicos considerados chave para o combate à Aids a cargo do SUS. Nesses grupos, estão homens que fazem sexo com homens, gays, pessoas trans, profissionais do sexo e casais em que um membro é soropositivo e o outro, não.
As parcerias envolvem tanto empresas da indústria farmacêutica como da indústria farmoquímica, que serão responsáveis pela fabricação e nacionalização do princípio ativo dos medicamentos. Os acordos têm duração de cinco anos e, nos quatro primeiros, a produção fica a cargo dos laboratórios dos parceiros. Em 2022, metade da demanda passa para as instalações de Farmanguinhos, que assumirá a produção integral ao fim dos acordos. As empresas envolvidas são Blanver, CYG, Microbiológica e Libbs.
A expectativa é que, já no segundo semestre deste ano, a produção nacional do Sofosbuvir, do Everolimo e da pílula da PrEP seja distribuída pelo SUS. O Simeprevir e Daclastavir devem estar disponíveis no ano que vem.