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‘Fórum Todas por Uma’ homenageia mulheres de destaque na Paraíba

O auditório do Centro Cultural Ariano Suassuna, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), ficou lotado, na tarde desta segunda-feira (12), durante a solenidade de entrega do ‘Troféu Mulher Exemplo 2018’, pelo ‘Fórum Todas Por Uma’, dentro das comemorações alusivas ao Dia Internacional da Mulher (oito de março), celebrado na semana passada. O evento foi coordenado pela presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Paraíba e do fórum, deputada estadual Daniella Ribeiro (Progressistas).

Dentre as homenageadas, estavam a diretora executiva do Sistema Correio de Comunicação, Beatriz Ribeiro, e a diretora de Jornalismo da empresa, Sony Lacerda.  O empresário Roberto Cavalcanti, o vice-prefeito de Campina Grande (pai de Daniella), Enivaldo Ribeiro, a vereadora pessoense Sandra Marrocos (PSB) e jornalista e ex-primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, prestigiaram o evento.

Daniella Ribeiro fez a abertura oficial, após a formação da mesa com as integrantes do fórum. Em vídeo gravado na sexta-feira (9) à noite, em João Pessoa, a cantora paraibana e madrinha de honra do fórum, Elba Ramalho, que também foi contemplada com medalha, justificou sua ausência. Estava adoentada. Mesmo assim, Elba fez questão de enviar a mensagem às demais homenageadas.

Elba elogiou a iniciativa do Fórum presidido por Daniella Ribeiro e destacou a trajetória vitoriosa da parlamentar. Segundo ela, o Fórum reverencia as mulheres paraibanas e brasileiras, como um todo. “É uma causa grandiosa, exemplo de luta pela igualdade e melhor projeção da mulher como ser social”, disse a cantora e amiga da deputada.

No início dos trabalhos, Daniella explicou às muitas mulheres e poucos homens presentes a importância do ‘Fórum Todas Por Uma’ e disse que o mesmo surgiu para incentivar, cada vez mais, o engajamento das mulheres numa palavra pouco conhecida hoje, chamada sororidade. “Na nossa sociedade, sempre foi colocado que as mulheres eram rivais. Hoje, eu digo: rivais, nunca. Somos parceiras, companheiras”, afirmou Daniella, explicando a essência da sororidade.

“A sororidade é a união em torno de objetivos”, disse a deputada, numa diferente abertura de solenidade, que não teve aquele discurso tradicional. Foi uma espécie de aula descontraída, com apresentação de slides, do tipo bate-papo com a platéia. Ela abordou questões como empoderamento feminino “que é a busca por espaço, igualdade, equidade e oportunidade de sabermos quem somos e a importância que temos”.

Citou trecho da música ‘Mulheres de Atenas’, de Chico Buarque de Holanda “que vivem pros seus maridos…”. “Ainda somos mulheres de Atenas?”, indagou pedindo a reflexão das presentes. Depois, Daniella apresentou os conceitos de mulheres e homens na sociedade. “Os homens, no conceito vigente, são fortes e trabalhadores. Já as mulheres são bonitas e donas de casa”.

Segundo ela, em pleno século 21, as mulheres sofrem preconceitos em todas as esferas da sociedade, mais ainda na política. “A agressão à mulher termina sendo pelo simples fato dela ser mulher, o que não devemos aceitar”, frisou, acrescentando que a sociedade necessita de representatividade feminina, por exemplo, na política.

“Por isso, o ‘Fórum Todas Por Uma’ tem como essência a sororidade”, disse, dando um conselho às mulheres: “Sentem à mesa”. A expressão “sentar à mesa”, no entendimento da parlamentar, tem dois sentidos: o primeiro é figurativo. O segundo é literal.

Ela mesma explicou que já passou pelos dois sentidos da expressão “sentar à mesa”. A primeira foi em 2004, quando ela foi escolhida para ser candidata a vice-prefeita de Campina Grande, na chapa encabeçada por Rômulo Gouveia. Lembrou que os líderes políticos que a convidaram queriam deixá-la de fora das falas programadas para o dia do anúncio. Ela bateu o pé e disse: “Vou falar”.  “Falei com o coração a mil, mas falei”, lembrou.

O segundo caso ocorreu em Brasília. Ela chegou para reunião, diante de uma mesa grande, onde se sentou, assim como tinham sentado vários homens. De repente chegou um funcionário do gabinete onde a reunião ocorreria e mandou que ela se levantasse, porque aquela cadeira estava reservada para Aguinaldo Ribeiro (irmão dela). Daniela continuou: “Calmamente, eu disse que não iria levantar. E não levantei. Depois, fiz uma reclamação formal e ele veio me pedir desculpas”. Ela contou os dois exemplos para mostrar que fora discriminada e que não aceitou. “Mulheres que enfrentaram obstáculos, superaram e sentaram à mesa. Façam o mesmo”, aconselhou.

Beatriz Ribeiro agradeceu pelo troféu a ela com cedido e afirmou que é um reconhecimento às conquistas, vitórias e transformações patrocinadas pelas mulheres na sociedade. “O troféu é um reconhecimento ao nosso papel que desempenhamos com eficiência na sociedade”, disse Beatriz.

Sony Lacerda disse que ficou honrada com a homenagem. “Para mim, é um prazer ter o meu trabalho reconhecido, estar entre as mulheres mais valorosas e ser homenageada com o exemplo de mulher. “Estamos aqui para contribuir. “Somos todas por uma”, disse a diretora de jornalismo do Sistema Correio.

Além de Beatriz Ribeiro e Sony Lacerda, do Sistema Correio, receberam o troféus mulheres como Margareth Diniz, Mestra Doci, Madalena Abrantes, Marilena Motta, Soraya Escorel, Joana Barros, Nádia Maria da Silva Oliveira, Yasmin Formiga, Virgínia Veloso Borges, Suana Melo, Gisele Gadelha, Major Anuska, Cristiane Araújo, as integrantes do grupo de dança Soul- Jéssika Andrade, Jack Keysy e Talytha Marinho-, Helena Holanda, entre outras.

*Texto de Adelson Barbosa dos Santos, do Jornal Correio da Paraíba.

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