Alô, é a mãe do Gabriel Jesus?
Talvez não tenha ligação para a senhora na Copa do Mundo.
Dona Vera, há tempos a mulher que recebe as ligações imaginárias do camisa 9 da seleção brasileira, pode ficar sem a comemoração especial após cada gol.
A Fifa tem enorme preocupação com o que chama de ‘marketing de emboscada’. O nome complicado não é nada mais do que a proteção aos seus parceiros comerciais. Apenas as marcas que pagaram para estar na Rússia 2018 têm o direito de ser exibidas. Daí a preocupação com empresas que usam jogadores e torcedores para a propaganda não-oficial.
Gabriel Jesus estrela a campanha “Que bonito é todo mundo jogando junto”, da empresa de telefonia Vivo, uma das quatro principais patrocinadoras da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). No comercial exibido na TV e na internet, crianças imitam a comemoração ‘Alô, Mãe” do craque em partidas de futebol em diferentes partes do País. Imagens do jogador com a camisa da seleção, claro, também são utilizadas.
A Fifa explica que os jogadores são “passíveis de punição” se descumprirem o que está previsto no manual “Regras do Jogo”, da Ifab (International Football Association Board). O mais normal seria um cartão amarelo se o árbitro julgar a comemoração ensaiada ou que por acaso tenha retardado o reinício da partida. O Comitê Disciplinar também estará de olho em qualquer atitude fora do tão falado “padrão-Fifa”.
“Os jogadores podem celebrar um gol quando marcam, mas a comemoração não pode ser excessiva”, disse um porta-voz da Fifa. “Comemorações ensaiadas não são encorajadas e também não devem gastar um tempo excessivo.
A história das Copas, no entanto, mostra que as marcas sempre deram um jeitinho de driblar as exigentes regras até para a comemoração de gol. De Pelé e Yohan Cruyff até torcedoras nas arquibancadas, diferentes métodos foram utilizados por concorrentes das empresas que estavam sob o guarda-chuva da Fifa.