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Gangue das cargas fez 67 roubos e prejuízo é de R$ 6,4 mi

Um empresário residente no bairro do Alto do Mateus, em João Pessoa, é uma das 13 pessoas presas na Operação Carga Segura realizada esta semana em duas fases. Foram 19 mandados de prisão cumpridos. Ele é apontado como o financiador da organização criminosa (Orcrim) que atuava no roubo de veículos e de cargas na Paraíba e em Pernambuco. Foram 67 roubos, sendo 26 de veículos e 41 de cargas. O alvo dos criminosos eram cargas de eletrônicos, porém também roubaram de carne.

A Organização Criminosa gerou um prejuízo de pouco mais de R$ 6,4 milhões. Os detalhes da Operação, que conseguiu cumprir a prisão de todos identificados como participantes da Orcrim, foram apresentados pelo delegado adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Carnes (DRFVC), Lucas Sá, nesta sexta-feira. A Polícia Civil não descarta a participação de outros envolvidos.

Fases da operação

A Operação Carga Segura foi realizada em duas fases. A primeira na segunda-feira (19) quando 10 pessoas foram presas em flagrante quando roubavam um caminhão em Campina Grande, na região do Agreste paraibano. No entanto, a Polícia tinha conhecimento da participação de outras pessoas por conta disso, ocorreu a segunda fase na última quinta-feira quando mais três pessoas foram presas.

O delegado Lucas Sá, adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e de Cargas (DRFVC), informou que alguns dos envolvidos tiveram mais de um mandato de prisão expedido. Na última fase, dos cinco mandados, dois foram de pessoas presas na primeira fase. Lucas Sá explicou que inicialmente os criminosos roubavam veículos de passeio, geralmente de mulheres e de idosos que caminhavam na orla marítima de João Pessoa.

“Segundo o próprio João Maria, na orla, as pessoas estavam desprevenidas, desatentas. Quando elas iam entrar no veículo eles rendiam, pegavam o veículo e saíam. Com esse veículo roubado, passavam para um membro da quadrilha adulterar as placas para que não ficasse com o registro de roubo, para que não fosse parado na blitz”, contou, acrescentando que no dia seguinte ou nos demais dias, a quadrilha usa o veículo para roubar a carga de caminhões.

Rotas das vítimas

João Maria Medeiros, um dos presos na Operação, tinha as informações das rotas e do funcionamento do transporte das cargas. De acordo com o delegado, a organização criminosa teve início com João Maria Medeiros, que era ex-funcionário de uma empresa de transporte de cargas. Ele trabalhava como ajudante de cargas, tendo assim o conhecimento do funcionamento de todas as rotas das cargas e das falhas de segurança.

“Fez o seu primeiro roubo enquanto era ajudante de cargas. Com uma faca rendeu o colega motorista e subtraiu aquela carga. Não foi preso. Achou que era bem lucrativo e começou a se equipar. Comprou um revólver. Iniciou conversas com colegas e amigos, convencendo-os de que era uma atividade lucrativa e que não seriam presos. Depois de algum tempo conheceu o Júnior Padrinho (João Bosco Nogueira), que é um empresário que deu um outro nível para a organização criminosa e aí apresentando receptadores, financiando comprando mais armas e chamando a outras pessoas”, contou.

Comunicação da quadrilha

A quadrilha se comunicava via rádio e somente quem tinha a frequência conversava. O sistema eletrônico foi apreendido durante esta Operação. O empresário João Bosco Nogueira de Brito Júnior, foi preso no bairro Alto do Mateus onde residia, em João Pessoa. Ele é apontado como o financiador do grupo.

A Polícia Civil percebeu que o patrimônio, uma confecção em casa, não era compatível com a “vida de ostentação” postada nas redes sociais do “Júnior Padim”, “Júnior do Pó”, de 45 anos, como era conhecido. Isso facilitou a polícia chegar a localização do envolvido tendo em vista que em todos os lugares que frequentava postava onde estava.

Além disso, na semana passada, o empresário havia trocado o jogo de rodas, um investimento de pouco mais de R$ 15 mil, do seu veículo. A organização atuava há, pelo menos, três anos, tendo em vista que João Maria havia informado em seu depoimento.

*Aline Martins, do Jornal CORREIO

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