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Gastroplastia endoscópica é opção para reduzir obesidade

Segundo divulgação de uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em janeiro deste ano, os índices relativos à saúde em João Pessoa estão preocupantes porque a cidade está em quarto lugar entre as capitais com mais obesos no país, com 20,2%, perdendo para Rio de Janeiro (RJ), Macapá (AP) e Manaus (AM), que ocupa a primeira posição. Palmas e Distrito Federal têm o menor percentual, de 13,4%.

O médico Helmut Poti é o primeiro médico a realizar a gastroplastia endoscópica nas regiões Norte e Nordeste. Formado-me em medicina em 2006. Fez residência médica de cirurgia geral, entre 2007 e 2009, pela Santa Casa de Fortaleza. Entre 2011 e 2012 concluiu residência médica em endoscopia digestiva e terapêutica pelo Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Cursou especialização em endoscopia terapêutica avançada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Realizou treinamento em gastroplastia endoscópica pela Flórida Internacional University (FIU).

Nesta entrevista, o médico explica como funciona o procedimento. Veja abaixo.

CORREIO: Sabemos que a obesidade é uma doença crônica. Existe cura para essa doença ou somente com a cirurgia?

Poti: A obesidade é uma doença progressiva, incurável e crônica. Sem cura, mas com controle. É válido lembrar que apenas a cirurgia não vai resolver a doença. É um processo multidisciplinar, que anda de mãos dadas com uma boa alimentação e outras indicações médicas. Existem alguns tratamentos como a cirurgia bariátrica, a instalação de balões gástricos e o novo procedimento a endoscopia bariátrica que podem auxiliar. Ainda complemento que a obesidade é uma das principais doenças do mundo, considerada até a doença do século. Ela pode gerar problemas cardiovasculares, renais, hepáticos, articulares, psicológicas, entre outros.

CORREIO: O Nordeste tem muitos casos de obesidade?

Poti: Sim. Mais de 50% da população está acima do peso

CORREIO: O senhor é o único cirurgião do Nordeste que realiza a gastroplastia endoscópica. Como é feito esse procedimento?

Poti: Além de mim, de quatro a cinco médicos no Nordeste estão liberados para executar a endoscopia bariátrica. O procedimento é realizado por um aparelho acoplado ao endoscópio e dispensa a necessidade de cortes com duração entre 40 e 50 minutos. É um método menos invasivo e mais rápido, quando comparado à cirurgia bariátrica, e reduz o tempo de recuperação do paciente, que é liberado em pouco mais de uma hora após o procedimento. Essa técnica foi criada há quatro anos, porém, apenas em dezembro de 2016 houve a liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

CORREIO: Qual o perfil do paciente que pode fazer?

Poti: O procedimento tem poucas contraindicações e pode ser realizado em pacientes a partir de 18 anos. É mais recomendada para níveis de obesidade grau I e II. A obesidade e o excesso de peso são calculados a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) que divide o peso pela altura ao quadrado do indivíduo. Índices iguais ou maiores que 25 são considerados como excesso de peso e maiores de 30 kg/m2, obesidade.

CORREIO: Quanto tempo dura a cirurgia?

Poti: O procedimento, e não cirurgia, dura entre 40 e 50 minutos dependendo de cada paciente.

CORREIO: Como é o pós-operatório?

Poti: Após pouco mais de uma hora o paciente pode voltar para casa e suas atividades profissionais após 72 horas. É indispensável acompanhamento nutricional que irá orientar sobre a quantidade de líquidos nas primeiras semanas que devem ser ingeridos e a alimentação vai seguindo alguns estágios.

CORREIO: Além do procedimento da gastroplastia endoscópica, que outros tratamentos o obeso deve continuar pós-cirurgia?

Poti: É um processo multidisciplinar que necessita de uma boa alimentação, com acompanhamento nutricional, acompanhamento psicológico em virtude da mudança de estilo e atividades físicas.

CORREIO: Hoje, o senhor já vem para a Paraíba. Temos muitos pacientes com o perfil para operação?

Poti: Segundo divulgação de uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em janeiro deste ano, os índices relativos à saúde em João Pessoa estão preocupantes, pois a cidade está em quarto lugar entre as capitais com mais obesos no país, com 20,2%.

Por: Lílian de Moraes, do Jornal Correio da Paraíba.

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