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Gestantes podem tomar paracetamol?

Especialista do Unipê fala sobre a segurança do uso de medicamentos e quais são contraindicados

O período da gravidez deve ser repleto de muitos cuidados, desde a alimentação até fazer exercícios físicos adequados, conforme orientação dos profissionais de saúde. E o uso de medicamentos é um dos cuidados que mais gera dúvidas nas gestantes. O que pode ou não ser ingerido requer indicação e acompanhamento médico, até mesmo para o paracetamol, comumente conhecido como um analgésico para alívio de dores.

“As gestantes acham que o uso do paracetamol é totalmente inócuo, que não causa prejuízo, e tomam sem prescrição, em altas dose, de forma prolongada. Estima-se que no mundo cerca de 50% das mulheres desse grupo fazem uso indiscriminado, podendo, sim, gerar consequências para o feto”, aponta a médica ginecologista e obstetra Etiene Galvão, professora do curso de Medicina do Unipê.

Etiene informa que é possível, sim, que gestantes tomem paracetamol, mas apenas quando houver prescrição médica. Geralmente, o uso é esporádico e em doses baixas para ocasiões pontuais. Mas, isso nem sempre é atentado pelas pacientes.

Entre os efeitos colaterais, novos estudos feitos por especialistas do Brasil, dos EUA e de países da Europa mostram que esse consumo pode estar associado a distúrbios neurológicos como os transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e do Espectro Autista (TEA), além de distúrbios na fala, cita a médica.

Contudo, Etiene frisa que tomar o medicamento é seguro e não representa um motivo para causar medo em pessoas gestantes, desde que haja indicação para o consumo. O risco aparece apenas quando se utiliza o paracetamol em uso contínuo por mais de duas semanas e em altas doses, por exemplo. “Além disso, a gestante pode fazer uso de dipirona. Em casos pontuais, ainda pode ser prescrito corticosteroides”, afirma a especialista.

A dica, então, é sempre buscar uma consulta médica antes de usar qualquer medicamento, evitando a automedicação e, assim, possíveis consequências indesejadas. Para quem tomou algo sem prescrição, alguns sinais indicam a necessidade de assistência médica: reações alérgicas, intoxicações, dependências, cefaleia, náuseas e vômitos. E, em caso de troca de medicamentos, deve-se buscar ajuda de um profissional de medicina.

Medicamentos contraindicados

Por outro lado, há alguns tipos de medicamentos que não podem ser consumidos por pessoas grávidas. São eles: aspirina, anti-inflamatórios não hormonais, talidomida, finasterídeos, cisplatino, tetraciclina, hidroclorotiazida, enalapril, fenitoina, benzodiazepínicos, espirolactona, amitripitilina, azitromicina, estreptomicina, cortisona, valproato (o risco é muito maior no primeiro trimestre, inclusive com antiparasitários).

Esses remédios podem ter consequências tanto para o bebê quanto para a gestante: No bebê, pode haver alterações neurológicas, anatômicas, de reprodução, na fala, audição, visão, óssea, entre outras. Já na gestante, há possibilidade de parto prematuro, abortos, dependência, intoxicações, reações alérgicas, entre outros. “Lembro, ainda, que é contraindicado fazer consumo, ao longo da gestação, de álcool, fumo, nicotina, maconha, cocaína e solventes”, conclui Etiene.

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