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Ginecologista ensina como manter a saúde íntima

Especialista do Unipê fala ainda sobre higienização após o ato sexual

Cuidar da região genital é indispensável e evita uma série de doenças, independentemente do sexo biológico. Mas no caso de mulheres cisgênero, homens trans e demais pessoas com vagina, deixar a saúde íntima em dia evita enfermidades que podem ser desagradáveis e difíceis de tratar. Como a tricomoníase, a garnderella e a candidíase, a mais conhecida dentre essas.

Então para ajudar essa população a manter a saúde íntima, é preciso que o cuidado e a atenção com a higiene local sejam diários. Entretanto, muitas pessoas deixam de ter assistência e informações devido a fatores como vergonhas, crenças equivocadas e medo de julgamentos, conta a médica ginecologista, obstetra e professora Etiene Galvão, do curso de Medicina do Unipê.

“A higiene íntima é o conjunto de ações que visa remover o excesso de resíduos da região genital, qualquer que seja a natureza dos mesmos”, diz Etiene. “Essa prevenção tem por objetivo promover o bem-estar e conforto, assim como prevenir as infecções genitais. A falta de conhecimento sobre nossa região íntima pode nos levar a disfunções pélvicas”, complementa.

Mas, a ginecologista frisa que, ao contrário da falta de higiene, o excesso também deve ser evitado porque pode ser prejudicial, pois a região é bastante sensível. Para isso, então, é preciso considerar o tipo de pele da pessoa, o biótipo, atividades físicas, região onde vive e antecedentes de transpiração excessiva.

Qual a melhor forma de realizar a higiene?

Para orientar sobre a higienização da vagina, a médica ginecologista dá um passo a passo sobre a lavagem e os tipos de produto. Confira:

– Quanto ao produto a ser usado: não use sabonetes nem desodorantes íntimos – a formulação ideal deve conter pH neutro (entre 4 e 6) ou glicerinado, conteúdo líquido, sem perfume, com poder de limpeza bastante suave e ser hipoalergênico não bactericida;

– Sempre lave no sentido anteroposterior (de frente para trás), após lavar cuidadosamente as mãos, o que deve ser feito antes e depois desse passo;

– Não lave o canal vaginal (parte interna da vagina), pois ele é autolimpante;

– A parte externa (vulva) deve ser higienizada diariamente com água e sabão, mas, se tomar outro (s) banho (s) ao dia, pode usar água somente;

– Remova a umidade excessiva e troque, ao menos uma vez por dia, as roupas íntimas;

– Em climas quentes, a higienização deverá ser feita de duas a três vezes ao dia, pelo menos. Já em climas frios, ao menos uma vez ao dia;

– A temperatura da água não faz diferença no processo, dependendo do tipo de pele, mas lembre-se que a água muito quente pode causar ressecamento ou lesões na pele. Para peles ressecadas, nesse sentido, usar a água fria;

– Deve-se manter a pele seca para não haver maceração vulvar e o desenvolvimento de infecções fúngicas.

Higiene após o sexo

Etiene salienta ainda que se a pessoa teve relação sexual e higienizou a vagina antes, é preciso ter o cuidado redobrado remover o excesso de umidade e secreções após o ato, para evitar irritações da vulva. Então, urinar após o sexo é um passo importante.

“O ato sexual leva a contatos por todas as regiões, inclusive a abertura da uretra, aumentando o risco de infecções urinárias devido ao acúmulo de bactérias. A urina, então, vai ‘limpar’, expulsando as bactérias do canal uretral e ajudando a prevenir o desenvolvimento de secreções nessa área”, coloca.

O processo de higienização é o mesmo: lave a vulva delicadamente de frente para trás, com água e sabonete neutro ou glicerinado, evitando duchas. Etiene ainda reforça: “Sempre use preservativos para evitar infecções sexualmente transmissíveis, observando o mesmo antes e após o sexo. E caso haja odor atípico e ou corrimento vaginal, procure o seu ginecologista”, pontua.

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