Moeda: Clima: Marés:
Início Executivo

Governo brasileiro ‘deplora prisões, ameaças e perseguição’ a opositores de Maduro

Nota do Itamaraty destaca necessidade de garantir ‘direitos elementares de ir e vir’ pela vigência da democracia
Governo brasileiro se manifesta contra prisões a opositores de Maduro (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota neste sábado (11) se manifestando contra “recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos” do governo Maduro. A pasta diz deplorar a conduta e também aconselha o diálogo e busca por entendimento entre as forças políticas venezuelanas. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

“O Brasil registra que, para a plena vigência de um regime democrático, é fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física”, diz o comunicado do Itamaraty.

Apesar da manifestação contrária a Nicolás Maduro, o governo brasileiro afirma reconhecer gestos de distensão por parte do ditador, como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas.

Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10) e assume o terceiro mandato como presidente do país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi à cerimônia, e o Brasil foi representado pela embaixadora em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira.

Relação com Brasil

Maduro e Lula enfrentam um período de afastamento — o último encontro dos dois foi em março do ano passado, na 8ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em São Vicente e Granadinas. O estranhamento começou depois do pleito presidencial da Venezuela. O ditador diz ter derrotado González.

Maduro, no entanto, não apresentou as atas eleitorais, que contêm as informações sobre as urnas de cada seção de voto. Sem os dados, o Brasil não reconheceu nem refutou a suposta reeleição do ditador.

Pouco antes do pleito venezuelano, Lula criticou a fala de Maduro ao ameaçar um “banho de sangue” e pediu respeito à democracia. Na sequência, o venezuelano, sem citar o brasileiro, indagou como o resultado não seria respeitado, se iria vencer.

Em novembro do ano passado, em meio às tensões entre Brasil e Venezuela, a Polícia Nacional Bolivariana, comandada pelo regime de Maduro, publicou uma imagem com a silhueta de Lula, a bandeira do Brasil e a seguinte frase: “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”. Apesar de não mencionar o petista diretamente, a publicação foi apagada.

Mesmo sem reconhecer nem refutar a vitória do ditador, Lula chegou a dizer, poucos dias depois do pleito venezuelano, que não há nada “grave” nem “anormal” no processo eleitoral venezuelano. O brasileiro cobrou publicamente, no entanto, a divulgação das atas eleitorais.

A vitória do ditador foi confirmada com a apuração dos votos e pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, sob críticas da oposição de falta de transparência. Partidos contrários a Maduro apontaram interferência em candidaturas e rejeitaram a vitória do presidente. Apesar das posições, Maduro seguirá no comando do país por mais seis anos. Ele está no cargo desde 2013.

Receba todas as notícias do Portal Correio no grupo do WhatsApp ou assine o canal do Portal Correio no WhatsApp

publicidade
© Copyright 2025. Portal Correio. Todos os direitos reservados.