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Governos investem mal na segurança pública, diz especialista

Os números da violência no país fizeram acender a ‘luz amarela’ para muitos governos e colocar em debate o assunto na sociedade. Pesquisas apontam que o tema segurança supera, inclusive, áreas como saúde e emprego, do ponto de vista da prioridade para uma parcela significativa da população.

O Portal Correio teve acesso a uma versão do Anuário da Segurança que não foi divulgada pela Secretaria de Comunicação do Governo da Paraíba. Diferente da “versão simplificada” com apenas 30 páginas, divulgada nessa quinta-feira (31), e que traz apenas números positivos da gestão, o documento a que tivemos acesso tem 132 páginas e traz uma quantidade bem maior de dados sobre a segurança no estado.

Segundo esse relatório mais amplo, o Estado investiu quase R$ 1,2 bilhão em segurança no ano passado. O número representa um aumento de aproximadamente 4,1% em relação a 2017.

O levantamento também aponta que a Paraíba aparece como o terceiro estado em volume de recursos destinados pela União, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro e Pernambuco – que continuam com altos índices de violência e criminalidade.

Para o especialista em Criminologia e Psicologia Criminal, Deusimar Guedes, a segurança nunca foi prioridade dos governos em todas as esferas. Ele disse que o assunto só colocado em pauta quando a sociedade ou a imprensa fazem uma cobrança mais firme por respostas. Na Paraíba, apesar dos investimentos feitos na área e dos números apresentados pelo governo, as críticas ao setor são recorrentes.

Deusimar explicou que o assunto é complexo e precisa ser encarado com planejamento e uma política de estado. “Não se pode atuar apenas de forma reativa, mas com planejamento, organização e uma política que não seja interrompida porque esse ou aquele governo chegou ao fim”, defendeu.

Segundo Deusimar, além da forma equivocada como os recursos públicos são empregados também existe uma distribuição mal feita do efetivo policial. Ele chamou a atenção para o fato de haver mais policiais nos lugares onde as ocorrências são menores. “Na orla, por exemplo, o número de ocorrência é muito menor do que em áreas periféricas, no entanto, o contingente utilizado é maior”, observou.

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