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Gravidez e HIV: é possível ter bebês mesmo com o vírus indetectável

Médica docente do Unipê explica quando há segurança na gestação por pessoas vivendo com HIV

Nos últimos 10 anos, a taxa de mulheres grávidas com HIV subiu 35% no Brasil. Para se ter uma ideia, o Ministério da Saúde aponta para a detecção de 3 casos por mil nascidos vivos em 2021 em relação aos 2,3 diagnosticados em 2011. Esse número indica mulheres com HIV positivo detectado antes e durante a gestação. Com isso e em meio tantas terapias contra o vírus, muita gente ainda se pergunta se é possível engravidar com ele.

Segundo a médica ginecologista e obstetra Etiene Galvão, professora do curso de Medicina do Unipê, é possível, sim, engravidar vivendo com HIV, de preferência com a carga viral estando indetectável devido ao tratamento contra o vírus. “A diferença de HIV indetectável para detectável é que no primeiro há um bom sinal para as pessoas infectadas: a quantidade de cópias do vírus está abaixo de 40 por mililitro de sangue”, especifica.

Com isso, a médica reforça que nem toda pessoa com HIV irá passar para o bebê o vírus. O que acontece, porém, é a necessidade de alguns cuidados ao longo da gravidez e após o nascimento, inclusive porque no espectro de doenças infectocontagiosas podem ser passadas outras patologias ao recém-nascido, que é o que os profissionais chamam de transmissão vertical: a infecção passa durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Por exemplo, não é possível amamentar o bebê, pois o vírus pode ser transmitido para o recém-nascido através da amamentação, mesmo com a taxa indetectável. Mas, como a ginecologista reforça, gestar e parir um bebê mesmo vivendo com HIV é normal e seguro quando há o acompanhamento médico e o tratamento com o uso de medicamentos antivirais para prevenir a transmissão vertical. Se ela ocorrer, o tratamento logo após o nascimento será de carga viral, já demonstrado em estudos.

“Se fizer direito as recomendações e medicações, não acontece a transmissão vertical, que inclusive vem baixando suas ocorrências bem desde 2010. No Brasil, foi em Curitiba, no Paraná, a primeira cidade que zerou a transmissão vertical. Além disso, não esquecer de sempre usar preservativos durante as relações, para que não haja transmissão e também prevenir contra as outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)”, conclui Etiene.

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