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Haddad diz que Campos Neto e Lula se encontrarão novamente

A primeira reunião dos dois desde o início do mandato do presidente da República foi nesta quarta-feira
Fernando Haddad (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quinta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, terão novas reuniões. Haddad, porém, não informou quando esses encontros vão ocorrer. O presidente do BC e o petista se reuniram pela primeira vez nesta quarta (27) desde o início do mandato de Lula. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.

Haddad participou do encontro dos dois e afirmou que a reunião foi “produtiva” e “cordial”. “A conversa transcorreu muito bem. Na verdade, eu penso que foi um encontro institucional, de construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas. Foi excelente. Não conversamos sobre tópicos específicos. O presidente deixou claro o respeito que tem pela instituição. A reciprocidade foi muito boa da parte do Roberto”, disse o ministro.

Ao longo do ano, Roberto Campos Neto foi alvo de críticas de Lula, principalmente em relação à manutenção em nível alto da Selic, a taxa de juros básica do país.

A iniciativa da reunião partiu de Campos Neto, que pediu ao ministro da Fazenda, durante um almoço na última quinta-feira (21), para fazer a ponte com o chefe do Executivo. A avaliação era que o momento seria oportuno, uma vez que a taxa básica de juros caiu pela segunda vez consecutiva, o que teria deixado a temperatura mais amena no Palácio do Planalto.

A agenda estava marcada para 17h30. No horário, porém, Lula ainda estava em reunião com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e a bancada de deputados federais gaúchos. Na sequência, o petista compareceu a um evento, previsto para 16h30, mas que atrasou, e só depois foi para a audiência. Dessa forma, Campos Neto esperou por pelo menos uma hora até que o presidente o recebesse. O encontro durou pouco mais de uma hora.

Último encontro foi em dezembro

Desde que tomou posse, Lula ainda não tinha se encontrado com Campos Neto, apesar da insistência do presidente do Banco Central. Quando se reuniram, no fim de dezembro, durante a transição entre os governos, o clima do encontro foi ruim, e desde então o presidente da República passou a culpar publicamente o chefe da autoridade monetária pela alta taxa de juros do país.

Lula já chamou Campos Neto de “este cidadão”, ‘tinhoso” e “teimoso”. No início deste mês, o petista chegou a insinuar que o chefe do Banco Central mantém diálogos com Jair Bolsonaro. “É importante vocês saberem que ele não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior. Este cidadão, se conversa com alguém, não é comigo. Deve conversar com quem o indicou”, disse o presidente, na ocasião.

Por diversas vezes, coube ao ministro da Fazenda amenizar a situação. O encontro veio em um momento em que uma parcela dos aliados de Lula reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao Banco Central, justamente por causa do início do ciclo de redução da taxa de juros.

No entorno do petista, a reunião foi vista como um modo de selar uma convivência mais adequada, ainda que sem uma pacificação definitiva. Na semana passada, após o Comitê de Política Monetária ter se decidido de forma unânime pela queda dos juros básicos em 0,5 ponto percentual, para 12,75%, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reclamou de um processo de redução da taxa “a conta-gotas”.

Horas antes do encontro entre Lula e Campos Neto, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou o chefe do Banco Central de levar viés ideológico para a instituição e falou em alinhamento dele com o ex-presidente. Os questionamentos foram feitos pelo petista durante a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

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