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Higienizar as mãos evita infecções e morte

Especialista do Unipê diz que a Covid-19 trouxe a prática como um aprendizado para muita gente

Neste 5 de maio é comemorado o Dia Mundial da Higiene das Mãos. Em tempos de pandemia pela Covid-19, a prática mostrou para todo o globo a importância de lavar as mãos para prevenir doenças. E isso é comprovado cientificamente.

Um estudo recente do Unicef com a OMS, em 2021, mostrou que na Europa quase 9 milhões de infecções associadas aos cuidados em saúde, conhecidas por infecções nosocomiais (após e durante a internação), são registradas anualmente.

Segundo a médica infectologista e Profa. Ma. Suely Coelho, de Medicina do Unipê, metade das mortes poderia ser evitada com a implementação de práticas e programas eficazes. A higienização correta das mãos é uma delas e é capaz de prevenir três em cada quatro mortes ligadas à resistência antimicrobiana em serviços de saúde.

“O ato de higienizar as mãos pode salvar vidas e ajudar a prevenir a propagação de doenças infecciosas, quer sejam causadas por bactérias, vírus ou outros parasitas, transmitidos pelo ar, por superfícies, alimentos ou contaminação por fezes humanas”, diz Suely. “Estimativas de 2016 mostram que 370 mil mortes causadas por infecções respiratórias agudas e 165 mil mortes por diarreia, a cada ano, poderiam ter sido evitadas por meio da higiene básica das mãos”, acrescenta, com base nos textos citados.

E se pensarmos em termos de pandemia, a população brasileira aparentemente foi conscientizada quanto a prática regular de lavagem das mãos. Para a infectologista, a informação desse assunto foi intensamente disseminada e pode ter ficado guardada na memória das pessoas. Mas, Suely considera que, como toda estratégia em massa, uma outra parte da população pode ainda desvalorizar o lavar as mãos enquanto prevenção.

“Espera-se um declínio na sua utilização pelas pessoas, porém acredito que não cairá tão fácil no esquecimento, sobretudo se forem mantidas as práticas de promoção da saúde em grupos, comuns na atenção primária, e as práticas já consolidadas nas escolas, de lavagem das mãos, promotoras, consequentemente, de mudanças no comportamento de higiene das famílias dos escolares, como se observa em outras políticas promotoras de saúde implementadas no setor”, pondera a médica.

Benefícios na economia

Há também um estudo recente, de 2018, que relaciona saúde e economia. Feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), ele sugere que, em média, a economia gerada nos gastos com saúde para tratar as consequências das infecções pode ultrapassar de 15 vezes os custos necessários para criar práticas corretas. Isso liberaria capital para outras prioridades de saúde. “Em todo o mundo, quando há investimentos nas políticas de higienização das mãos é possível garantir um retorno financeiro significativo”, conclui Suely. O estudo do Unicef com a OMS também aponta algo relativo ao tema sobre investimentos em saúde coletiva quanto a mudança de hábitos da população. Nele é dito que o progresso com a higiene das mãos é acelerado periodicamente por surtos de doenças de alto perfil. Para além da Covid-19, influenza H1N1 e Ebola seriam algumas. “Em resposta ao COVID-19, os governos promoveram a higiene das mãos, não apenas como primeira linha de defesa no controle da pandemia, mas também para aumentar a resiliência a futuros surtos de doenças.”

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