Moeda: Clima: Marés:
Início Notícias

Situação do Hospital de Trauma de JP é ‘calamitosa’, diz CRM-PB

A situação do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, é calamitosa e a unidade de saúde não pode continuar funcionando como está. A declaração é da direção do Conselho Regional de Medicina (CRM-PB), à TV Correio, na tarde desta sexta-feira (10).

O CRM esteve no hospital, junto com o Ministério Público, e identificou irregularidades, superlotação e pacientes sem privacidade para atendimentos. Usuários ouvidos pela TV Correio classificaram como “lastimável” e “caótica” a situação do hospital.

A direção do Trauma afirmou à TV Correio que a superlotação ocorre por causa da alta demanda de fim de ano e porque a unidade é considerada de “portas abertas” por receber todos os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e planos particulares, sem transferir usuários.

O CRM informou que não pode interditar o Trauma para que não haja graves prejuízos aos pacientes, diante da alta demanda do hospital, e espera que as medidas cabíveis contra os problemas sejam tomadas pelo Ministério Público e pela Justiça.

Crise no Trauma

Os problemas com o Hospital de Trauma começaram a ser evidenciados após o Governo do Estado pôr fim a contratos com Organizações Sociais (OS) e anunciar que a gestão de hospitais do Estado será feita pelo governo por meio da Fundação PB Saúde. O projeto que cria a estatal aguarda votação na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) e, se for aprovado, deverá começar a funcionar em abril. Os deputados estão em recesso.

Médicos contestaram formas de contratação adotadas pelo Estado e parte deles paralisou as atividades no fim de 2019. O secretário de Saúde da Paraíba chegou a assumir o plantão no hospital para reduzir os impactos no atendimento. Outros profissionais ameaçaram greve caso a situação não fosse definida até o dia 3 de janeiro. Nessa data, a Secretaria de Saúde do Estado conseguiu firmar um acordo e a proposta foi aceita pelos médicos.

Recentemente, o governador da Paraíba, João Azevêdo (sem partido), fez novas alterações na direção do hospital, em meio ao turbilhão de problemas evidenciados após as investigações da Operação Calvário.

O Trauma chegou a ser gerido pela Cruz Vermelha, uma organização social que virou alvo da Operação. A OS é suspeita de participar de um amplo esquema de corrupção no governo Ricardo Coutinho (PSB), que teria desviado mais de R$ 1 bilhão da saúde pública do Estado. Vários nomes importantes do governo chegaram a ser presos suspeitos de participar desse esquema, inclusive o ex-governador, que já foi solto, mas pode voltar para a cadeia caso haja recursos ou desdobramentos nas investigações.

Hospital de Trauma é o principal

O Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena é o principal hospital da Região Metropolitana de João Pessoa. Há cerca de 600 médicos concursados, sob CLT e por meio de cooperativas atuando na unidade, que fica no bairro Pedro Gondim, na Capital.

Para tentar aliviar as tensões envolvendo o hospital, a Secretaria de Saúde da Paraíba criou uma retaguarda para o Trauma, com 42 leitos de internação e três salas cirúrgicas prontas para realizar cirurgias de ortopedia e traumatologia no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, na Grande João Pessoa. A unidade recebeu novos equipamentos e agora dá suporte ao Trauma.

“Os pacientes que necessitam de cirurgias eletivas, aquelas que podem ser programadas, serão transferidos para o Metropolitano, de acordo com a necessidade de cada um e da unidade hospitalar”, disse a Saúde.

HTop

O HTop atendeu quase 20 mil retornos ambulatoriais e realizou mais de 2 mil internações no ano de 2019, mas precisou encerrar as atividades, tendo em vista que o prédio onde funcionava a instituição estava sem condições para realização de atendimentos médicos.

“Com o encerramento das atividades no Hospital, os pacientes que necessitarem fazer acompanhamento médico, após a alta hospitalar, devem procurar o Ambulatório de Traumatologia da Paraíba – ATP, que fica localizado no mesmo prédio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), na Avenida Jesus de Nazaré, 120, Jaguaribe, por trás do Hospital Arlinda Marques”, disse a Saúde.

publicidade
© Copyright 2024. Portal Correio. Todos os direitos reservados.