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HU Lauro Wanderley inicia nova seleção de pacientes para tratamento de pé diabético

Estudo tem como base o uso de medicamento que visa à cicatrização de lesões
Hospital Universitário Lauro Wanderley (Foto: Divulgação)

Pessoas com pé diabético podem participar de um estudo com o uso de medicamento para tratamento das lesões. Isso porque o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh) está desenvolvendo uma pesquisa em parceria com Bio-Manguinhos/Fiocruz e iniciou novo recrutamento de pacientes com úlcera de pé diabético. Acesse aqui o material explicativo sobre a pesquisa.

O tratamento utiliza um medicamento cubano que visa a acelerar a cicatrização, contribuindo para reduzir amputações. 

Para participar da seleção, o interessado deve entrar em contato com a endocrinologista Dra. Marivânia Santos por meio do telefone (83) 3206-0787 (somente WhatsApp), através do qual será agendada uma avaliação presencial com a equipe de pé diabético do HULW.

“Estamos recrutando pessoas com diabetes, que possuam ferida no pé, para participar de uma pesquisa desenvolvida em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em que será aplicado um medicamento que pode acelerar a cicatrização da ferida”, explicou Dra. Marivânia, que é a investigadora principal da pesquisa no hospital-escola. 

A médica informou que, após agendamento, o paciente será avaliado pessoalmente pela equipe e todo o projeto é explicado detalhadamente em linguagem simples. Apenas quando o paciente assina o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é que se dá início ao tratamento. 

O acompanhamento é realizado no ambulatório de Endocrinologia, localizado no térreo da instituição, nas segundas, quartas e sextas-feiras pela manhã. O tratamento consiste na aplicação do produto, chamado Fcehr (fator de crescimento epidérmico), dentro da úlcera, três vezes por semana, durante dois meses. Para isso, o paciente precisa se deslocar até o HULW e, portanto, a preferência é para aqueles que residem em localidades mais próximas de João Pessoa. 

Para participar é necessário que o diagnóstico obedeça a alguns critérios de inclusão como: lesão maior que 2,0 cm² localizada no pé e sem osteomielite, além de boa circulação sanguínea no pé afetado (Índice Tornozelo – Braquial maior que 6). Também há restrições como menores de 18 anos, mulheres grávidas ou que estejam amamentando, pessoas com doença grave no fígado, com histórico ou suspeita de câncer, e pacientes com transtornos psiquiátricos. 

Os participantes da pesquisa têm acompanhamento médico por até um ano e meio e recebem sapatos especiais, curativos e ajuda de custo para se deslocar ao hospital. “Os pacientes terão assistência médica especializada completa, exames laboratoriais e radiológicos, limpeza e desbridamento (remoção de tecidos desvitalizados para preparar o leito da ferida para a cobertura definitiva) da úlcera e recebimento de todo o material de curativo domiciliar, muletas e calçados especiais, além de auxílio transporte e alimentação nos dias das visitas”, citou a médica. 

O estudo intitulado “Avaliação da Eficácia e Segurança do Fator de Crescimento Epidérmico Recombinante (Fcehr) Intralesional em participantes com úlcera de pé diabético no Brasil” teve início em julho de 2018. Com a pandemia, o número de inclusões foi reduzido, já que os diabéticos são grupo de risco para a Covid-19

O Hospital Universitário Lauro Wanderley está em quarto lugar no país em número de participantes. Segundo o último boletim da Bio-Manguinhos/FioCruz, há 25 pacientes cadastrados para a pesquisa no HULW. O pé diabético é uma condição que ocorre quando se desenvolve uma ferida ou úlcera em área machucada ou infecionada dos pés. 

Medicamento

O produto em investigação, que possui o nome comercial Heberprot, é um biofármaco que tem como princípio ativo o fator de crescimento epidérmico humano recombinante. É injetado dentro da lesão (intralesional) para tratamento de úlceras de pé diabético.

O medicamento é aplicado no sistema de saúde cubano desde 2007, onde sua eficácia foi comprovada e os casos de amputação foram reduzidos em mais de 80%.

“A novidade da pesquisa é que se trata de um medicamento de produção cubana, mas novo no Brasil. A Anvisa exigiu este estudo local para avaliação de eficácia e segurança, mas o produto tem se mostrado muito eficaz em diversos países que o utilizam, apresentando resultados bons com fechamento da úlcera, evitando assim possíveis amputações”, destaca a endocrinologista. 

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