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HU recruta participantes para pesquisa sobre pé diabético

Se você possui pé diabético poderá participar de um estudo sobre o uso de medicamento para tratamento das úlceras. Isso porque o Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, está desenvolvendo uma pesquisa, de Bio-Maguinhos Fiocruz, e iniciou o recrutamento de pacientes com úlcera diabética que desejam se submeter ao uso de um medicamento cubano, o qual visa acelerar a cicatrização, contribuindo para reduzir amputações.

Para participar da seleção, o interessado deve entrar em contato com a endocrinologista do HULW Marivânia Santos por meio do telefone (83) 99638-5610, através do qual será agendada uma avaliação com a equipe de pé diabético do HULW. “Estamos recrutando pessoas com diabetes, que possuam ferida no pé, para participar de uma pesquisa desenvolvida em parceria com Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz (Ministério da Saúde), em que será aplicado um medicamento que pode acelerar a cicatrização da ferida”, explicou Marivânia, que é investigadora principal da pesquisa.

A médica informou que, após agendamento, o paciente será avaliado pessoalmente pela equipe e todo o projeto é explicado detalhadamente em linguagem simples. Apenas quando o paciente assina o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é que se dá início ao tratamento.

O acompanhamento é realizado no ambulatório de Endocrinologia, localizado no térreo, e na enfermaria 525, nas segundas e sextas-feiras, pela manhã, e nas quartas-feiras, à tarde. O tratamento consiste na aplicação do produto, chamado Fcehr, dentro da úlcera, três vezes por semana, durante dois meses. Para isso, o paciente precisa se deslocar até o HULW e, portanto, a preferência é para aqueles que residem em localidades mais próximas de João Pessoa.

Quem pode participar

Para participar é necessário que o diagnóstico obedeça a alguns critérios como característica clínica da lesão. Também há restrições como menores de 18 anos, grávidas ou mães que estão amamentando, pessoas com doença grave no fígado ou com histórico ou suspeita de câncer, e pacientes com transtornos psiquiátricos.

O produto em investigação, que possui o nome comercial Heberprot, é um biofármaco injetável, intralesional para tratamento de úlceras de pé diabético. O medicamento é aplicado no sistema de saúde cubano desde 2007, onde sua eficácia foi comprovada e os casos de amputação foram reduzidos em mais de 80%. “A novidade da pesquisa é que se trata de um medicamento de produção cubana, novo no Brasil, mas que tem se mostrado muito eficaz em diversos países que o utilizam, apresentando resultados bons com fechamento da úlcera, evitando assim possíveis amputações”, destaca a endocrinologista.

Benefícios

Os participantes da pesquisa têm acompanhamento médico por até um ano e meio e recebem sapatos especiais, curativos e ajuda de custo para se deslocar ao hospital. “Os pacientes terão assistência médica completa especializada, exames laboratoriais e radiológicos, limpeza e desbridamento da úlcera e recebimento de todo o material de curativo domiciliar, muletas e calçados especiais, além de auxílio transporte e alimentação nos dias das visitas”, citou Marivânia.

O HULW está em quarto lugar no país em número de participantes do estudo Avaliação da Eficácia e Segurança do Fator de Crescimento Epidérmico Recombinante (Fcehr) Intralesional em participantes com úlcera de pé diabético no Brasil. Segundo último boletim da Bio-Manguinhos/FioCruz, publicado em 1º de outubro, há 13 pacientes cadastrados para a pesquisa no Hospital Universitário Lauro Wanderley.

A pesquisa deverá envolver 304 participantes até dezembro deste ano, no entanto até o início deste mês havia apenas 109 cadastrados nos vários hospitais envolvidos. Ao longo de oito semanas do tratamento, os pacientes recebem no máximo 24 aplicações, por três vezes a cada semana, e podem ser alocados ou no grupo placebo ou no grupo de tratamento de ativo. O pé diabético consiste em uma série de alterações que ocorrem nos portadores de diabetes não controlado.

No Hospital Universitário Lauro Wanderley, a equipe é composta por uma endocrinologista (investigadora principal), um médico vascular (subinvestigador), além de quatro enfermeiras, sendo duas assistentes de enfermagem, uma assistente de pesquisa e uma monitora.

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