Moeda: Clima: Marés:
Início Notícias

Ida à Lua inspirou geógrafo da PB a se dedicar à Astronomia

Há 50 anos, Neil Armstrong (1930-2012) e Buzz Aldrin, hoje aos 89, davam um “pequeno passo para o homem e grande passo para a humanidade”. A missão Apollo 11 marcou a história da ciência com a ida de homens à Lua. O módulo lunar Eagle partiu da Terra na noite do dia 20 de julho de 1969 e o pouso na Lua aconteceu cerca de seis horas depois, já na madrugada do dia 21. Neil Armstrong foi o primeiro a caminhar sobre o satélite natural. É ele o autor da célebre frase citada no início deste texto. Cinco décadas depois, o pensamento e o legado da Apollo 11 seguem inquestionáveis.

Geógrafo formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pesquisador em Astronomia, o professor Marcos Jerônimo avalia que as transformações provocadas pelo episódio histórico refletem até hoje em várias áreas do conhecimento humano. “Muitas das tecnologias desenvolvidas naquela época ainda hoje são utilizadas em todo mundo, fazendo parte do nosso cotidiano”, diz.

Inspiração

Marcos Jerônimo acompanhou com entusiasmo a ida de Neil e Buzz à Lua. Na época, estava sendo ativado o Observatório Astronômico da Paraíba (OAP). Ele funcionava nas dependências da Fundação Padre Ibiapina, na Rua 13 de Maio, Centro de João Pessoa.

“O espaço era equipado com um poderoso telescópio refletor de 200 milímetros (mm) de diâmetro e 1.800 mm de distância focal, que propiciava imagens espetaculares da Lua, Sol e planetas. Em alguns momentos da viagem, os astrônomos desse observatório participaram do Projeto Líons, observação e registros de Fenômenos Transitórios Lunares (TLP’s, na sigla em inglês), que foram confirmados pelos astronautas no mesmo instante. O fenômeno observado foi um brilho incomum na cratera Aristarco. Isto está marcado como registro histórico das atividades do OAP”, recorda Marcos Jerônimo.

O geógrafo diz que a Apollo 11 foi determinante para que ele se tornasse estudioso na área de Astronomia.

Foi o ponto de partida para iniciar os meus estudos com dedicação total. Em 1972, já estava dando aulas de constelações aos meus colegas e visitantes do OAP. Em seguida, veio a minha busca em me especializar em instrumentos astronômicos, sendo designado logo depois como curador dos instrumentos do OAP

A euforia com o feito histórico não atingiu muitos setores da sociedade paraibana, no entanto. Marcos Jerônimo destaca que o conhecimento científico e o interesse da população em assuntos dessa natureza eram limitados naquela época. A exultação acabou restrita a um grupo pequeno.

Neil Armstrong foi o primeiro homem a caminhar na Lua (Foto: NASA)

“As poucas pessoas que tinham algum conhecimento científico se encantaram com o feito, acompanhando inclusive com passagens no OAP nas noites de observação dos astros e participando também da recém criada Associação Paraibana de Astronomia (APA), onde as discussões sobre astronomia e astronáutica ferviam na época. Tenho muito boas recordações desse tempo e as guardo até hoje, pois permitiram a minha escolha nos estudos que desenvolvo com muito amor e carinho”, comenta.

Teorias da conspiração

Passados 50 anos do feito de Neil Armstrong e Buzz Aldrin e mesmo tendo ocorrido outras 11 expedições, ainda há quem negue a conquista do solo lunar pela humanidade. As teorias da conspiração são diversas. Até mesmo nos Estados Unidos há quem diga que tudo não passou de uma farsa. Marcos Jerônimo é taxativo ao se referir a essas pessoas:

Quem ainda duvida da ida do homem à Lua não superou a passagem para o século 21 e vive no obscurantismo, tentando evoluir com o pouco de informações que consegue assimilar

Buzz Aldrin em registro feito por Neil Armstrong (Foto: NASA)

Futuro

Apesar dos avanços tecnológicos, não há viagem à Lua desde a missão Apollo 17, ocorrida de 11 a 14 de dezembro de 1972. Os altos custos teriam sido a motivação disso. Porém, não houve desinteresse na exploração da Lua. A NASA divulgou que pretende enviar uma equipe em 2026. Mas antes, precisa haver a implementação do Portal de Plataforma Orbital Lunar, espaçonave que funcionará como lar temporário e escritório para os astronautas.

Chamada de Gateway, a espaçonave terá salas de estar e laboratórios de ciência e pesquisa. Ela será a base da NASA para expedições de astronautas na Lua e futuras missões humanas a Marte. A NASA planeja construir o Gateway com apenas cinco ou seis lançamentos de foguetes.

“Mesmo antes de nossa primeira viagem a Marte, os astronautas usarão o Portal para treinar para a vida longe da Terra, e nós o usaremos para praticar o movimento de uma espaçonave em órbitas diferentes no espaço profundo. Queremos que o Gateway seja um novo local para a exploração humana e a melhor ciência e tecnologia do mundo”, divulgou a NASA.

publicidade
© Copyright 2024. Portal Correio. Todos os direitos reservados.