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Imitar coreografias de artistas pode ser bom para sa?de, mas tem riscos; veja orienta??es

O professor e estudante de dança Jonathas Leite conheceu a dança na adolescência através do estilo ‘street dance’, e hoje, aos 26 anos, assume que não conseguiria viver sem a prática no cotidiano. Já a estudante de Letras Amanda Gomes iniciou uma paixão pela dança ainda na infância. Paixão essa que a fez pensar em prestar vestibular para Dança, mas na época a universidade que almejava não possuía. Ela se imaginava dançando como a diva americana Beyoncé de quem é fã. Dançar faz bem para saúde e o hábito é cada vez mais frequente em boates, festas, vídeos postados no Youtube ou em casa mesmo. Seja imitando divas ou não, é necessário ter uma série de cuidados para que não ocorram lesões, como alertam especialistas.

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Graduando em Dança pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e professor de Street Jazz e Femme Styles, como Vogue, Waacking e Stiletto Dance, Jonathas Leite conheceu inicialmente o estilo Street Dance em um grupo cristão de dança, o mesmo o qual lhe apresentou o Jazz Dance, Capoeira e algumas técnicas de dança contemporânea. “Nessa época nem passava por minha cabeça, o sonho em ser um profissional da dança, eu só descobri minha paixão pela dança, quando vi que não conseguiria viver sem ela no meu dia-a-dia, mesmo sabendo de todos os percalços na vida de um profissional, decidi no vestibular cursar Licenciatura em Dança na Universidade Federal de Alagoas, essa atitude, mudaria por completo meus últimos anos” relatou ele, que mora em Maceió.

A dança proporcionou uma grande mudança na vida de Jonathas que era uma pessoa tímida e sem perspectivas. Ele citou que existem inúmeras pesquisas sobre o beneficio do ensino da dança para saúde humana, entre elas, perder peso, tonificar o corpo, redução do estresse e da ansiedade, as aulas, podem diminuir a tensão e relaxar a musculatura, estimulando a concentração também. “Um dos pontos principais da prática da dança é a melhora da auto estima. Eu sinto que meus alunos se sentem mais confiantes com a mudança no corpo e na mente, conseguindo se expressar melhor, colaborando na autonomia do movimento. Algumas modalidades de dança aumentam a frequência cardíaca, estimulando a circulação do sangue e melhorando a capacidade respiratória” concluiu.

O professor de Ballet clássico do Centro Estadual das Artes (Cearte), em João Pessoa, Geovan da Conceição é mais um dos que relata benefícios da dança. Ele contou ao Portal Correio que já ouviu de várias alunas os benefícios da dança no hábito e vida de quem a pratica, desde a mudança e melhoria dos hábitos alimentares até o controle do estresse.

Stiletto dance

Stiletto dance, mais conhecido com ‘dança das divas’, surgiu na Broadway mas foi popularizado nos últimos anos pela cantora Beyonce e suas bailarinas. O estilo também inclui coreografias como as das cantoras Rihanna e Britney Spears. A dança caracteriza-se pela sensualidade e por ser de salto alto, além de ter um gasto de até 600 calorias por aula.

Não é necessário ter um padrão para a dança que tem como principal objetivo trabalhar a auto estima o indivíduo que pratica. A prática do Stiletto dance é recomendada para todas as idades e sexos, porém não é aconselhável para pessoas que tenham alguma lesão na perna ou problemas de coluna, pois o uso do salto associado a dança pode piorar a lesão.

Praticando com certa frequência e associado a uma alimentação saudável, essa dança também serve como um trabalho muscular intenso, pois trabalha glúteos, pernas, panturrilha, coxas, abdômen, braços e marca a cintura.

Amanda Gomes pratica o Stiletto graças à paixão pela diva norte-americana Beyonce, mas já praticou zumba e dança do ventre. “A dança é o meu cano de escape, além do autoconhecimento, depois que comecei a praticar o Stiletto me auto afirmei como mulher. Estou curtindo essa fase de ‘divação’ de forma mais benéfica possível. Além da questão das relações interpessoais, através da dança conheci pessoas boníssimas.”

A jovem contou que desde pequena sonha em ser dançarina e relatou o que sente ao dançar. “É algo inefável, não consigo descrever de forma racional, dançar é transcender.”

Cuidados

O professor de dança Jonathas Leite também alertou sobre alguns cuidados para quem se arrisca a dançar sem orientação de um profissional. “Como qualquer atividade física, a dança necessita de orientação, acompanhamento e avaliação de um profissional capacitado e habilitado, mesmo que a intenção seja dançar por hobby.

Dançar em locais onde o piso não é adequado, por exemplo, pode causar acidentes. A dança é inerente ao Brasil; o brasileiro tem sim um ritmo, um suingue ou gingado diferente que conduz suas vidas; observamos principalmente nas festas, por isso, delimitar um espaço para se dançar é quase que impossível, mas todos os cuidados devem ser pensados, para evitar lesões, principalmente quando se dança com salto alto” alertou.

No caso do Stiletto que precisa do salto, requer cuidados maiores, principalmente na escolha do sapato. O modelo mais adequado, segundo especialistas, seria um salto médio e que fixe no colo do pé. Para não correr o risco de sair do sapato na hora da dança, é interessante iniciar com salto de cinco centímetros, pois, inicialmente, o foco é equilíbrio e confiança.

O professor de Ballet Clássico do Cearte Geovan da Conceição reforçou que é recomendável aquecimento e alongamento antes da prática de qualquer atividade física. Em sala de aula, o professor não permite que alunos dancem sem que se aqueçam inicialmente para não que ocorra o risco de se machucarem.

A dança e a mente

Para a psicóloga Alessandra Vieira Fernandes, dança envolve todas as dimensões do sujeito, sejam elas físicas, sociais, psicológicas, culturais, etc. “Na esfera psicológica, a dança exerce influência sobre os processos psicológicos como a atenção, a percepção (do corpo no tempo-espaço e da motricidade relacionada à música) e a memória (diante das sequências motoras executadas repetidamente). Considerada uma atividade complexa, a dança auxilia no desenvolvimento e no aprimoramento desses processos contribuindo para a consciência corporal que, por sua vez, permite ao indivíduo, com base na observação, percepção e sensação dos movimentos, criar um código com o próprio corpo, liberando as articulações e ampliando o olhar para outras possibilidades que circundam o sujeito. A consciência corporal permite que o indivíduo esteja preparado para se concentrar em seu corpo e em suas sensações, liberando o estresse adquirido e ajudando o corpo na adaptação aos diversos estímulos e necessidades.” Comentou a psicóloga.

Alessandra, que além de psicóloga também é adepta a dança clássica, ressaltou: “Na dança, a técnica não é por si só suficiente, se ela não traduzir nada. A autenticidade e a expressão de um movimento são conferidas pelo poder que ele possui de traduzir certas emoções. O medo, a raiva, a angústia, a dor, a euforia, o mistério, o encanto são personagens que vivem dentro do ser humano e que lutam para sair com a mesma intensidade que o corpo resiste. E é através da dança, mais do que em palavras, que estes sentimentos encontram a válvula de escape. Essa expressão corporal constitui um retorno às origens do comprometimento do homem como o mundo, com sua corporeidade e com as imagens simbólicas que lhe emprestam um sentido”.

Grupos de dança no estado

‘Let’s Go Grupo de Dança’ é um grupo campinense formando no ano de 2008 no colégio Elpídio de Almeida (Estadual da Prata) e trabalha com Danças Urbanas. Na época, o grupo era formado apenas por alunos da escola, mas após algumas apresentações, o grupo tomou uma proporção maior e abriu espaço para novos integrantes de fora da escola. Com o passar do tempo, a equipe foi se aperfeiçoando através de aulas, oficinas, workshops e começou a participar de mais eventos culturais em Campina Grande e, atualmente, também participa de eventos em cidades vizinhas. O projeto não trabalha com aulas pois não possui um espaço físico próprio, o que impossibilita essa atividade. Para participar, o interessado deve possuir algum domínio de dança, ou ser dançarino.

Já o Centro Estadual de Arte (Cearte), em João Pessoa, atende mais de mil alunos em diferentes áreas, desde dança clássica à contemporânea. Para participar, o interessado deve aguardar a abertura de vagas a cada semestre e pagar uma taxa de R$ 80. Quem possuí vínculo público paga uma taxa de R$ 30 e quem tem auxilio governamental é isento da taxas.

O Cearte fica na avenida General Osório, número 36, no Centro de João Pessoa, e atende no telefone 3214-2923.

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