A partir de 2025, os descendentes que buscam a cidadania italiana por direito de sangue terão que arcar com taxas mais altas. O Senado aprovou um aumento nas contribuições, que começará em 1º de janeiro. A taxa para o processo judicial de verificação subirá de EUR 518 para EUR 600 por pessoa, e será cobrada de cada indivíduo incluído na ação, não mais por processo, o que aumenta os custos para famílias. Para pedidos nos consulados, a tarifa também dobrará, passando de EUR 300 para EUR 600 por pessoa. Já nas prefeituras italianas, onde o procedimento até então era gratuito, a taxa será de até EUR 600. Além disso, os guichês poderão cobrar até EUR 300 por certificados ou extratos de estado civil com mais de 100 anos.
Esses aumentos foram propostos por partidos da coalizão de extrema-direita da primeira-ministra Giorgia Meloni, com a justificativa de melhorar os serviços e aliviar o sistema. Contudo, críticos apontam que o aumento das taxas visa dificultar o acesso à cidadania, impondo barreiras econômicas aos ítalo-descendentes. O deputado Fabio Porta, do Partido Democrático, considera a medida discriminatória, alegando que ela prejudica aqueles que não têm recursos financeiros. As mudanças ocorrem em meio a debates sobre a reforma da lei de cidadania de 1992, com propostas para limitar o número de gerações com direito de sangue e exigir certificados de conhecimento da língua e cultura italiana.
Em 2023, brasileiros foram os maiores beneficiados pela cidadania italiana, representando 68,5% dos casos, com 42 mil cidadãos reconhecidos. O aumento da procura, especialmente entre brasileiros, gerou críticas, com acusações de que muitos buscam a cidadania apenas pelas vantagens do passaporte italiano.
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