A Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa ampliou em todas as salas de imunização a vacina meningocócica ACWY e HPV. A medida segue orientação do Ministério da Saúde e tem como objetivo garantir assistência preventiva das doenças.
“Sempre alertamos sobre a importância da vacinação aos adolescentes, mas os pais e responsáveis devem estar atentos a saúde das crianças e adolescentes e não deixar de buscar um posto de saúde para garantir esse cuidado preventivo”, ressaltou Fernando Virgolino, chefe da Seção de Imunização da Prefeitura.
A vacina meningocócica ACWY será ofertada temporariamente para adolescentes não vacinados na faixa etária de 11 a 14 anos. Já para meninos de 9 a 14 anos o imunizante que previne contra o HPV entra de forma permanente para este grupo no calendário de vacinação.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra meningite está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes de 11 e 12 anos, mas até junho de 2023, adolescentes de 13 e 14 anos de idade também poderão se vacinar. A ampliação tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe.
“A indicação é tomar uma dose ou reforço, conforme a situação vacinal. A faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de um ano de idade, no entanto, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença”, informou o coordenador da Imunização.
No caso do HPV, a ampliação incluiu meninos de 9 e 10 anos. Com isso, a vacinação passa a ser para qualquer pessoa de 9 a 14 anos de idade, independentemente do sexo. A vacinação contra o HPV em adolescentes é utilizada por mais de 100 países. Vários deles já possuem estudos de impacto dessa estratégia com resultados positivos na prevenção e redução das doenças ocasionadas pelo vírus, como câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e orofaringe.
“É um chamamento que fazemos para garantir esse cuidado dessas crianças e adolescentes, como forma de proteger dos riscos causados pelo vírus, antes mesmo do início da vida sexual, antes de um possível contato com o vírus”, concluiu Fernando Virgolino.
A vacina também é ofertada para meninas e mulheres de 9 a 45 anos, e meninos e homens de 9 a 26 anos, que vivem com HIV ou Aids, ou que receberam transplante de órgãos, de medula óssea e pessoas em tratamento contra o câncer. No entanto, nesses casos, é necessário a apresentação de receita médica. Ainda para esse grupo, o esquema vacinal é de três doses com o intervalo de zero, dois e seis meses.
Existem dois tipos de vacina contra o HPV, a quadrivalente e a bivalente. Na rede pública de saúde, é ofertada a vacina quadrivalente, que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18, prevenindo lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e câncer do colo do útero em mulheres e verrugas genitais em mulheres e homens.
Além da imunização, é possível a prevenção do câncer de colo de útero por meio da realização periódica do exame de citológico, disponível em todas as unidades de saúde da família. Por meio desse exame, é possível identificar precocemente as lesões intra-epiteliais que refletem a presença do vírus e o potencial de progressão para o câncer de colo de útero.
A vacina que protege contra o Papilomavírus Humano (HPV) foi incorporada de forma escalonada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2014. É estimado que o Brasil tenha de 9 a 10 milhões de infectados pelo Papiloma Vírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. Cerca de 105 milhões de pessoas são positivas para o HPV 16 ou 18 no mundo.