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João Pessoa está entre 10 capitais com maior percentual de homossexuais ou bissexuais

Em toda a Paraíba, o levantamento do IBGE diz que 1,5% da população do estado se declara homossexual ou bissexual
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Foto: Imagem ilustrativa/Marcelo Camargo/Agência Brasil

João Pessoa é a 10ª capital brasileira com maior percentual de homossexuais ou bissexuais autodeclarados, conforme levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – Quesito Orientação Sexual. Os dados se referem a 2019 e foram divulgados nesta quarta-feira (25).

A pesquisa aponta que a proporção de pessoas que se declararam homossexuais ou bissexuais, em 2019, foi de 2,9%. Outros 2,1% se recusaram a responder e 95% se declararam heterossexuais.

Em toda a Paraíba, o levantamento do IBGE diz que 1,5% da população do estado se declarou homossexual ou bissexual. Outros 1,8% se recusaram a responder e 96,8% se disseram heterossexuais.

“O número de pessoas que não quiseram responder pode estar relacionado ao receio do entrevistado de se identificar como homossexual ou bissexual e informar para outra pessoa a orientação sexual”, analisa a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

Dados nacionais

Cerca de 2,9 milhões de pessoas se declararam homossexuais ou bissexuais no país, em 2019, o que correspondia a 1,8% da população adulta, maior de 18 anos. Já 1,7 milhão não sabia a orientação sexual e 3,6 milhões não quiseram responder

Em 2019, havia 159,2 milhões de pessoas de 18 anos ou mais no país, das quais 53,2% eram mulheres e 46,8% eram homens. Desse total, 94,8% se declararam heterossexuais; 1,2% homossexuais; 0,7% bissexuais; 1,1% não sabiam sua orientação sexual; 2,3% não quiseram responder; e 0,1% declararam outra orientação sexual, como assexual e pansexual, por exemplo.

No Sudeste, 2,1% das pessoas adultas se declaram homossexuais e bissexuais, 1,9% no Norte e no Sul, 1,7% no Centro-Oeste, e 1,5% no Nordeste.

Entre as unidades da federação, o percentual de pessoas que se declararam homossexual ou bissexual chegou a 2,9% no Distrito Federal, 2,8% no Amapá e 2,3% no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Amazonas.

Nas capitais, o percentual de pessoas declaradas homossexual ou bissexual foi de 2,8%, acima da média nacional (1,8%), destacando-se Porto Alegre (5,1%), Natal (4,0%) e Macapá (3,9%).

Rankings

CapitalPercentual (%)
1 Porto Alegre5,1
2 Natal4,0
3 Macapá3,9
4 Campo Grande3,7
5 Aracaju3,5
6 Belo Horizonte3,4
7 Florianópolis3,4
8 São Paulo3,1
9 Manaus3,0
10 João Pessoa2,9
11 Rio de Janeiro2,9
12 Curitiba2,9
13 Brasília2,9
14 Teresina2,6
15 Belém2,5
16 Recife2,5
17 Vitória2,4
18 Maceió2,3
19 Porto Velho2,1
20 Boa Vista1,9
21 Cuiabá1,9
22 São Luís1,8
23 Goiânia1,8
24 Rio Branco1,7
25 Palmas1,6
26 Fortaleza1,5
27 Salvador1,5

EstadoPercentual (%)
1 Distrito Federal2,9
2 Amapá2,8
3 Amazonas2,3
4 Rio de Janeiro2,3
5 São Paulo2,3
6 Paraná2,0
7 Mato Grosso do Sul2,0
8 Rondônia1,9
9 Pará1,9
10 Rio Grande do Sul1,9
11 Rio Grande do Norte1,8
12 Alagoas1,8
13 Bahia1,8
14 Piauí1,7
15 Santa Catarina1,7
16 Roraima1,5
17 Paraíba1,5
18 Sergipe1,5
19 Maranhão1,4
20 Minas Gerais1,4
21 Espírito Santo1,4
22 Mato Grosso1,4
23 Acre1,3
24 Ceará1,2
25 Goiás1,2
26 Pernambuco1,0
27 Tocantins0,6

Nível de renda

De acordo com a pesquisa, o percentual de pessoas que se declararam homossexuais ou bissexuais foi maior entre aquelas com maior nível de instrução e renda, no Brasil. No grupo de pessoas com nível superior, 3,2% se declararam dessa forma, percentual significativamente maior do que os sem instrução ou com nível fundamental incompleto (0,5%).

Os maiores percentuais de homossexuais ou bissexuais também foram observados nas duas classes de rendimento mais elevadas, sendo de 3,1% para os que moravam em domicílios cujo rendimento per capita era de mais de três a cinco salários mínimos, e de 3,5% naqueles com mais de cinco salários mínimos per capita.

“Isso sugere que pessoas com maior nível de instrução e renda têm menor receio de declarar sua orientação sexual ou maior entendimento dos termos usados”, observa Maria Lucia. “A proporção de pessoas que disseram não saber ou se recusaram a responder foi maior entre aquelas com menor nível de instrução e rendimento”, acrescenta.

Privacidade dos entrevistados

Os dados sobre orientação sexual foram coletados, em 2019, no módulo da PNS que investigou a atividade sexual, destinado aos moradores de 18 anos ou mais.

Seguindo a metodologia da pesquisa, o entrevistado foi selecionado aleatoriamente, dentre os moradores do domicílio no momento da entrevista, para responder sobre sua orientação sexual. Ele respondeu à pergunta “Qual é sua orientação sexual?” e teve as seguintes opções de resposta: heterossexual; homossexual; bissexual; outra orientação sexual; não sabe; e recusou-se a responder.

Ciente de que esse tema é sensível, o IBGE buscou assegurar, durante a entrevista, a privacidade para que o informante pudesse responder à pergunta, sendo inclusive oferecido que ele mesmo preenchesse a resposta no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), utilizado pelos entrevistadores para o registro das informações. 

“Tivemos esse cuidado porque sabemos que o estigma social existente sobre lésbicas, gays e bissexuais, assim como o medo da discriminação e violência, gera um maior receio do entrevistado informar verbalmente para outra pessoa sua orientação sexual, especialmente em cidades pequenas”, observa Maria Lúcia Vieira.

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