O presidente do Sousa, Aldeone Abrantes denunciou que foi procurado por três homens para participar de um esquema de manipulação de resultados de jogos no Campeonato Paraibano de Futebol. Em um áudio postado em um grupo de Whatsapp, ele conta com detalhes como teria sido a abordagem, em um hotel em Campina Grande. Segundo ele, a proposta aconteceu no mesmo dia da partida do Sousa contra o Sport Lagoa Seca, na última segunda-feira (27), no estádio Amigão. O Dino venceu o por 1 a 0, com um pênalti de Romeu.
Aldeone Abrantes confirmou o contato no áudio. “É uma pessoa conhecida, ligada ao futebol da Paraíba, que me chamou para um particular no seu carro e veio me propor para o Sousa participar de ‘safadeza’ no jogo de hoje. […] O Sousa não participa de sujeira no futebol. Eu sou desclassificado, rebaixado, mas essa cretinice vai ter que ser denunciada”, declarou o dirigente.
No áudio, Aldeone Abrantes disse ainda que tentou contato com a a Federação Paraibana de Futebol e exigiu providências da instituição por parte da FPF. Em um dos áudios, segundo o inquérito já instaurado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba, uma pessoa, que inicialmente não pode ser identificada diz para alguém denominado de “Maurício” que teria havido a tentativa de aliciamento e que foi oferecido R$ 20 mil para ser dividido com o elenco do Sousa para que o placar final fosse de 3 a 0 para o Sousa. No diálogo, os interlocutores dizem que o presidente Aldeone Abrantes não teria aceito a proposta e prometido denunciar o caso e que denunciaria “Pezão” e “Felinho” e que isso teria prejudicado as apostas do grupo.
No terceiro áudio, uma pessoa também não identificada afirma que teria acertado com “Gustavo” para “trabalhar esse jogo bem direitinho” e apostarem na banda do “Marinaldo”, mas que os planos foram atrapalhados por “Aldeone”.
Em nota, a Federação demonstrou surpresa com a denúncia. E reiterou ser a principal interessada na apuração das acusações feitas pelo presidente do Sousa com objetivo de “coibir e punir qualquer prática ilícita” que envolva o futebol paraibano. O comunicado assinado pela presidente da FPF, Michelle Ramalho, revela também que a entidade “já procurou as autoridades competentes, dando-lhes conhecimento integral dos fatos e fornecendo as cópias dos áudios para que os mesmos possam ser periciados”, diz o documento divulgado à imprensa.
O caso foi encaminhado para o Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) que abriu um inquérito para apurar as denúncias e determinou o sigilo das investigações.
O dirigente do Sport Clube Lagoa Seca, Artur, afirmou que ouviu o áudio com as denúncias, mas que não tinha conhecimento dos fatos narrados por Aldeone: “O Sport Clube Lagoa Seca não tem nenhuma participação nisso e repudia qualquer ato que venha atentar contra a ética moral no esporte”.
*Texto de Cassiana Ferreira, do Jornal CORREIO