A temporada 2014 do João Pessoa Espectros começa oficialmente neste domingo, com o primeiro dia de seletivas para novos atletas. Se dentro de campo, a expectativa dos que sonham em integrar a equipe mais vencedora da história do futebol americano nordestino é alta, fora das quatro linhas a expectativa não será diferente, especialmente para dois membros da nova comissão técnica.
No comando de duas áreas técnicas, estão dois ex-rivais, e que agora vestem as cores do Espectros pela primeira vez: Marcelo Becker, assistente de defesa e Mário Ferreira, assistente de times especiais. Entre 2006 e 2009, quando o futebol americano na Paraíba só existia na modalidade de praia, Marcelo foi capitão de defesa do João Pessoa Warriors e do Paraíba Hurricanes, enquanto Mário foi capitão do João Pessoa Raptors e coordenador de times especiais do Paraíba Búfalos. Nenhuma das quatro equipes jamais conseguiu derrotar o Espectros, tricampeão paraibano durante aqueles anos.
Marcelo, que teve sua primeira experiência no futebol americano aos 16 anos, quando fez intercâmbio nos Estados Unidos, disse que vai colaborar não só com a defesa do time, mas com todas as posições dentro de campo. “Espero passar todo o meu conhecimento de jogo e estudo não só para a defesa, como para os outros setores do time que necessitarem. Só tinha passado por times rivais até agora, mas sempre percebemos o comprometimento e a garra da equipe e foi isso que me fez aceitar o convite para entrar na comissão técnica do Espectros, pois sei que meu esforço não será em vão”, disse.
Não será a primeira vez que o Espectros tenta a fórmula de atrair ex-rivais para a lateral do campo. Ano passado, o coordenador de ataque Kevin Veloso estreou na equipe depois de ter sido quarterback dos rivais Paraíba Ninjas e Paraíba Hurricanes. A experiência deu resultado: sob o comando de Kevin, o Espectros teve o melhor ataque do Brasil em 2013.
Responsável pela montagem da comissão técnica, o técnico e diretor esportivo Marcos Aurélio Crispim, o Marcão, conta que é normal contar com atletas e técnicos de outras equipes, já que o Espectros é o único clube da capital que ‘sobreviveu’ depois da troca da areia pela grama. “Entre 2007 e 2009, João Pessoa chegou a ter onze equipes de futebol americano de areia. Quando o esporte migrou para a grama e os campeonatos passaram a ser disputados com equipamentos completos, o Espectros liderou esse movimento e acabou por atrair alguns dos melhores jogadores das equipes rivais, o que foi importante para dar ao time a força que ele tem hoje. Agora, deliberadamente usamos a mesma estratégia com a comissão técnica, agregando nomes com grande experiência no esporte, dentro e fora do campo. São pessoas conhecedoras e estudiosas da modalidade e que temos certeza nos ajudarão a alcançar nossas metas para a temporada. Completamos todas as posições vagas na comissão técnica; e com as tarefas melhor distribuídas, todos terão oportunidade de fazer um grande trabalho”, projeta Marcão.
O treinador se refere às posições de assistentes de defesa, ataque e times especiais – que estiveram vagas na temporada anterior – e também à chegada de dois auxiliares de vídeos e estatísticas, que ajudarão os coordenadores filmando e editando todos os treinos e jogos do time e também os jogos dos adversários, fazendo a análise estatística do desempenho dos atletas.