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Juliano Moreira ainda tem 10 moradores que devem deixar a unidade at? o fim de ano em JP

O 44° paciente a passar pelo processo de desinstitucionalização, ou seja, deixar o Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa, e retornar ao convívio familiar e social deve deixar o local nesta segunda-feira (21). O senhor tem 44 anos, sendo 17 deles vividos na unidade. Outros dez pacientes ainda estão no complexo e ele deverão ser desinstitucionalizados até o fim de 2014 e transferidos para residências terapêuticas.

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Deficiente visual e auditivo, o 44º paciente a deixar a casa estava até setembro de 2013 sem contato com a família, até que esta realidade mudou de forma inusitada.
“Foi emocionante ver o irmão de Raimundo chegando até nós para procurá-lo. Com a desinstitucionalização, somos nós, profissionais, que buscamos a família. Ver o processo inverso foi engrandecedor”, afirmou a assistente social do Complexo, Ana Isabel Carvalho Correia Lima. Ela disse, ainda, que ele viajará para São Paulo, onde vai morar com familiares. “É gratificante saber que será acolhido e continuar o tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) bem próximo de sua nova casa”, comentou.

O processo, que tem como base a Lei da Reforma Psiquiátrica (10.216/2001), é transformar o modelo hospitalocêntrico (hospital no centro) para a assistência à saúde mental, que não nega a necessidade de amparo à doença mental, mas valoriza, também, a importância do cuidado em liberdade e do retorno à vida social.

Os CAPS estão entre os mecanismos seguros que o Ministério da Saúde instituiu para a redução de leitos no país, por meio de serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos. Além deles, existem Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Residências Terapêuticas e Centros de Cooperativa e Convivência. É uma espécie de substituição às internações em hospitais psiquiátricos e tem como maior objetivo tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população, realizando o acompanhamento clínico, e promovendo o acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laços familiares e comunitários.

As residências terapêuticas são moradias para ex-internos de hospitais psiquiátricos que não possuem mais vínculos familiares ou ainda esses vínculos são insuportáveis, e, por isso, não teriam onde morar.

Serviços

O Hospital Psiquiátrico é um dos serviços ofertados pelo Complexo, que no último dia 23 de junho completou 84 anos. Ainda integram a instituição o Ambulatório Gutemberg Botelho, o Espaço Inocêncio Poggi e o Clifford – Pronto Atendimento de Saúde Mental.

O Complexo oferece ainda oficinas terapêuticas, passeios/caminhadas no campo, passeios extramuros, socioterapia, atividades físicas, participação em datas comemorativas, biblioteca, atividades religiosas, oficinas terapêuticas, futebol.

Assim que os últimos 10 pacientes forem transferidos para as residências terapeutas, o Complexo continuará a receber novos casos – graves e de crises extremas – e, em seguida, encaminhará para os CAPS.

História

O Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, foi fundado no dia 23 de junho de 1928, e recebeu este nome em homenagem a um dos pioneiros na psiquiatria brasileira, sendo o primeiro professor universitário a citar e incorporar a teoria psicanalítica em suas aulas, além de ter representado o Brasil em congressos internacionais como os de Paris, Berlim, Lisboa e Milão nos anos de 1900.

Onde fica e contatos

O Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira fica na Avenida D. Pedro II, nº 1826, no bairro da Torre, em João Pessoa.

Telefones: 3218-7550 (Clifford – Pronto Atendimento de Saúde Mental); 3218-7586 (Hospital), 3218-7561 (Ambulatório Gutemberg Botelho) e 3218-7500 (Espaço Inocêncio Poggi).

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