A assessoria de imprensa do Hospital Napoleão Laureano, referência no tratamento do câncer na Paraíba, emitiu uma nota nesse sábado (11), através da qual informa que os atendimentos na unidade podem parar caso a instituição não obtenha máscaras necessárias para as ações de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Leia também:
“A direção do hospital está com dificuldades de encontrar no mercado os equipamentos de proteção individual (EPIs)”, diz o comunicado. O diretor financeiro do hospital, Marcelo Lucena, explica no texto que o estoque no Napoleão Laureano já está chegando ao fim. Ele faz um apelo em busca de doações de máscaras cirúrgicas para não precisar parar o funcionamento.
“Não estamos com esse problema dos EPIs por questões financeiras, mas por dificuldade de encontrar lugar para comprar. Tentamos em todos os lugares a semana inteira e não encontramos. Os poucos lugares que ainda têm mudaram o custo de R$ 0,50 para R$ 5, sendo um valor absurdo. Estamos precisando urgentemente de doações de máscaras”, revelou Marcelo Lucena.
Em contato com a redação do Portal Correio na tarde deste domingo (12), a assessoria do hospital informou que a situação segue sem resolução e disse que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) já está ciente do problema. “Entramos em contato com o secretário, mas infelizmente o que ele tinha já havia repassado para outros hospitais do estado. Para os atendimentos precisamos de máscara cirúrgica e máscara N95, que tem respirador de filtro de carvão, além de luvas e capotes cirúrgicos”, afirmou a assessoria.
Conforme explicou a assessoria, são necessárias 15 mil máscaras cirúrgicas para suprir o hospital por um mês. Com relação às máscaras N95, a unidade precisa de 300 no mesmo período.
O Portal Correio tentou falar com a SES sobre o problema, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria.
Instituições de ensino superior e o sistema prisional estão produzindo EPIs. Questionada se o hospital buscou essas alternativas, a assessoria relatou que houve uma doação por parte da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas foi pequena em relação à necessidade.
Além das máscaras, no momento o hospital não está carente dos demais equipamentos de proteção necessários, que já foram acrescentados ao estoque da instituição a partir de doações recebidas.
Atualmente, o Hospital Napoleão Laureano atende 74% de todos casos de câncer da Paraíba. Desse número, 92% são pacientes do SUS. Todos os pacientes fazem parte do grupo de risco e são necessários os EPIs para a continuidade dos tratamentos.