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Livro-reportagem reafirma título do Sport em 1987

No final de 2017, o Supremo Tribunal Federal deu um basta na polêmica: o Sport Club do Recife é o campeão brasileiro de 1987. Mas o tema principal do livro-reportagem ‘Sport x Grande imprensa: desde 1987’, do jornalista paraibano Costa Filho, é a exclusividade da conquista leonina e a forma tendenciosa com que a grande imprensa tratou – e ainda trata – o assunto. Em João Pessoa, o livro será lançado nesta quinta-feira (14), às 11h, no Hall da Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com presença do ex-jogador Neco, campeão brasileiro pelo rubro-negro.

‘Sport x Grande imprensa: desde 1987’ é produto do mestrado em Jornalismo Profissional da UFPB concluído pelo autor em agosto do ano passado. Para Costa Filho, o maior adversário do Sport, em 1987, não foi o Flamengo nem o Clube dos Treze, mas, sim, a denominada grande imprensa. “A mídia, concentrada nos grandes conglomerados de comunicação localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro, teve papel decisivo no processo de mitificação de ‘estórias’ absurdas sobre o Brasileirão 87, o que contribuiu para acirrar a disputa judicial e, principalmente, confundir a opinião pública”, disse o autor.

Segundo o jornalista, o trabalho acadêmico, que teve orientação do professor Pedro Nunes, é resultado de uma criteriosa pesquisa científica sobre fatos relacionados àquela competição, algo que parte considerável dos segmentos jornalísticos fez – e ainda faz – questão de manter fora do alcance do grande público.

Para Costa Filho, o desafio foi provar que, embora respaldada juridicamente e mesmo contando com a chancela da CBF, a conquista do Sport jamais obteve o pleno reconhecimento da chamada grande imprensa. “Meu objetivo principal foi analisar a atuação da grande imprensa em relação à cobertura daquele evento esportivo. A constatação é que há marcas de ‘tendenciosidade’, manipulação e omissão jornalísticas”, disse.

Costa Filho afirma ainda que ‘Sport x Grande imprensa: desde 1987’ chega ao conhecimento do público respaldado pelo esforço maior de isenção jornalística por parte do autor, citando como exemplo disso o fato de a obra ser apresentada por dois flamenguistas, especialistas em suas respectivas áreas: Pedro Nunes (professor do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba) e José Augusto Garcia e Sousa (professor de Direito Processual da Universidade Estadual do Rio de Janeiro).

Metodologia 

Como parte da metodologia para elaboração do relatório foram feitas entrevistas em profundidade com historiadores, jornalistas, juristas, advogados, dirigentes, professores e torcedores. Dentre os mais de 50 entrevistados, destacam-se personagens importantes como Carlos Miguel Aidar (idealizador e primeiro presidente do Clube dos Treze), Homero Lacerda (presidente do Sport em 1987), Márcio Braga (presidente do Flamengo em 1987), Juca Kfouri (editor da revista Placar em 1987) e o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo no Supremo Tribunal Federal.

Como ponto alto das entrevistas, Costa Filho destaca o trecho em que Carlos Miguel Aidar afirma que o Clube dos 13 tinha plena consciência de que o cruzamento dos módulos verde e amarelo estava previsto no regulamento da competição. “Diferentemente do que é propalado nas mesas redondas dos programas esportivos, o Dr. Aidar revela que, antes mesmo de o campeonato começar, todos os integrantes do Módulo Verde sabiam da disputa da quarta fase e que, mesmo assim, resolveram seguir adiante na briga contra a CBF”, afirmou.

Outra entrevista destacada por Costa Filho é a de Márcio Braga. “Em um determinado trecho da entrevista, o ex-presidente do Flamengo resume, numa só frase, tudo o que eu buscava comprovar ao longo da minha pesquisa. Ele diz o seguinte: ‘A grande imprensa considerava aquele Módulo Amarelo como se fosse segunda divisão, já que os grandes clubes, todos que estavam no Módulo Verde, seriam a primeira divisão de futebol’”, observou.

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