É compreensível a irritação do prefeito Luciano Cartaxo com o PMDB, evidenciada na seguinte afirmação: “Não tem quem obrigue nesse mundo nós votarmos no PMDB, um partido que não tem aliados e, por isso, lançou uma chapa própria para governador, vice-governador e senador”.
Foi Cartaxo, como a maior expressão petista na Paraíba, quem assumiu o enfrentamento que resultou no fim do acordo com o PMDB e na coligação com o PSB.
O risco político da queda de braço agora está visível: se a Justiça Eleitoral confirmar a anulação dos atos relativos à composição com a “A força do Trabalho”, seu irmão Lucélio perderá a candidatura a senador e será incerto o destino dos candidatos a deputado federal, cujos pedidos de registros foram feitos pela aliança questionada.
Contra a candidatura de Lucélio, além da petição do PT Nacional há uma impugnação proposta pelo PMDB, que sustenta que sua indicação para a chapa de Ricardo Coutinho jamais poderia ter ocorrido, em razão do que determinou a instância maior do partido. Na ação, os fatos são apresentados na ordem cronológica, para provar que havia “pleno conhecimento” e que houve “afronta” às diretrizes nacionais.
Começa em 12 de abril, quando o PT paraibano aprovou resolução colocando-se como oposição a Ricardo Coutinho; informa que nos dias 2 e 3 de maio, no 14º Encontro Nacional, foi definida a política de alianças; no dia 26 de junho a instância superior aprovou resolução na qual, em relação a Paraíba, “determina o apoio ao PMDB, caso mantida a candidato do senador Vital do Rêgo…”; no dia 30 o PT-PB realizou convenção e decidiu por aliança com o PSB; no dia 5 de julho, o advogado da Nacional protocolou no TRE uma petição contra esse posicionamento, e no dia 11 a Executiva Nacional anulou os atos citados.
O advogado Roosevelt Vita, da coligação “Renovação da Verdade”, sustenta que a legislação e o estatuto do PT apoiam os atos da Nacional. Ele acredita que o TRE vai confirmar a anulação, o que significaria a saída de cena de Lucélio Cartaxo.
São tantas as pendências judiciais nestas eleições, que se as impugnações forem todas confirmadas o cenário atual será totalmente reformulado, tanto no que diz respeito a candidatos, como sobre suas chances. O prazo para o TRE julgá-las é 5 de agosto. Até lá, haja coração!