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Mais de 50% dos domicílios receberam auxílio relacionado à pandemia

Cerca de 53,1% dos domicílios paraibanos receberam algum auxílio relacionado à pandemia no mês de maio, segundo a PNAD COVID19, divulgada pelo IBGE nessa quarta-feira (24). O percentual foi o 10º maior do país e ficou bem acima da média brasileira, de 38,7%, mas um pouco abaixo do registrado no Nordeste, de 54,8%. Realizada em parceria com o Ministério da Saúde, essa versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua investigou os impactos da pandemia nas questões econômicas, de trabalho e saúde.

O valor médio de auxílio recebido pelos domicílios no estado foi de R$ 917, maior do que as médias nacional, de R$ 847, e regional, de R$ 907. Entre os benefícios considerados pela pesquisa estão o auxílio emergencial – destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados – e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, que permite a redução de salário e jornada por até três meses e a suspensão de contratos por até dois meses.

Em comparação com as outras unidades da federação, a Paraíba registrou a 4ª menor taxa de participação na força de trabalho (44,6%), grupo que inclui aquelas pessoas que estavam ocupadas ou procuraram emprego no período de referência.

No entanto, o levantamento também indicou que 485 mil pessoas na Paraíba, que não estavam ocupadas, gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego por conta da pandemia ou por falta de oportunidade na localidade. No total daqueles que estavam fora da força de trabalho, isso representa 27,2%.

Já entre as pessoas ocupadas, cerca de 329 mil, aproximadamente 25,4%, estavam afastadas do trabalho que tinham, devido ao distanciamento social estabelecido. Essa proporção foi a 7ª maior do Brasil e ficou acima da média brasileira (18,6%), mas abaixo da nordestina (26,6%).

Em relação ao trabalho remoto, a Paraíba apresentou o 4º maior percentual do Brasil de pessoas ocupadas, e que não estavam afastadas, que estavam atuando dessa forma, cerca de 150 mil trabalhadores. O indicador de 16,4% só foi menor do que os observados no Distrito Federal (25%), Rio de Janeiro (23,8%) e São Paulo (19,7%). A média nacional foi de 13,3% e a do Nordeste de 10,7%.

Mais de 80 mil pessoas apresentaram sintomas

Na Paraíba, 85 mil pessoas apresentaram sintomas conjugados associados à Covid-19, em maio, conforme a PNAD COVID19. Esse indicador sintetizou, entre os 12 sintomas pesquisados, três conjuntos com aqueles que são mais associados à presença do novo coronavírus:  perda de olfato ou de paladar; tosse e febre e dificuldade para respirar; ou tosse e febre e dor no peito.

No total da população, esse número representa 2,1%, a 10ª maior proporção do país, que ficou acima da média do Brasil, de 2%, mas pouco abaixo da observada no Nordeste, de 2,7%. De acordo com o diretor adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, esses conjuntos foram elaborados a partir de pesquisa recomendada pelo Control Disease Center (CDC), dos Estados Unidos, observação de experiências internacionais e consulta a especialistas brasileiros do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e da escola de enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Da parcela da população que apresentou esses sintomas conjugados, 69,8% não foram a estabelecimento de saúde, o que corresponde a cerca de 59 mil pessoas. Esse percentual sobe para 86,6%, o 4º maior do Brasil e o maior do Nordeste, quando analisado o grupo de todos aqueles que apresentaram pelo menos um dos 12 sintomas gripais pesquisados.

A pesquisa indica que 572 mil pessoas se encaixam nesse grupo, ou seja, tiveram algum dos seguintes sintomas: febre; tosse; dor de garganta; dificuldade de respirar; dor de cabeça; dor no peito; náusea; nariz entupido ou escorrendo; fadiga; dor nos olhos; perda de cheiro ou de sabor; e dor muscular. Na entrevista da PNAD COVID19, a identificação de ter ou não apresentado o sintoma é feita pelo morador do domicílio e não se supõe que exista um diagnóstico médico sobre isso.

Além disso, o levantamento estima que, do total de habitantes da Paraíba, 3,3 milhões não têm plano de saúde, o que representa 82,4% da população. No Brasil, esse percentual é de 70,7%, enquanto a média da região é de 82,9%.

PNAD COVID19

A pesquisa começou no dia 4 de maio e está sendo realizada, exclusivamente, por telefone. Pouco mais de dois mil agentes do Instituto estão ligando para 193,6 mil domicílios distribuídos em 3.364 municípios de todos os estados do país. Para definir a amostra da nova pesquisa, o IBGE utilizou a base de 211 mil domicílios que participaram da PNAD Contínua no primeiro trimestre de 2019 e selecionou aqueles com número de telefone cadastrado.

As entrevistas duram aproximadamente 10 minutos e os moradores que receberem o telefonema podem confirmar a identidade dos agentes de coleta por meio do site Respondendo ao IBGE ou do telefone 0800 721 8181, e informar matrícula, RG ou CPF do entrevistador.

Os resultados nacionais são divulgados semanalmente, ao passo que, mensalmente, o IBGE vai apresentar resultados da pesquisa por grandes regiões e unidades da federação, além de indicadores mais detalhados do cenário brasileiro.

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