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Mais de 30% da água de JP é desperdiçada, diz estudo

Ultimamente, vários bairros de João Pessoa têm sofrido constantemente com problemas na distribuição de água, fato que dificulta o dia a dia da população, que não encontra muitas soluções por parte Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), estatal responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto no estado. Por outro lado, enquanto a população sofre com a situação, um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil traz que mais de 30% da água da capital da Paraíba vai “diretamente para o ralo”, sem sequer chegar às torneiras da população.

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De acordo com dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil, na terça-feira (10), referentes ao ano de 2018, 31,35% da água potável de João Pessoa é desperdiçada. Porém, apesar dos dados alarmantes, o índice da cidade é o melhor entre as capitais do Nordeste. Ou seja, João Pessoa é a capital nordestina onde se desperdiça menos água. Veja o gráfico abaixo.

Os dados sobre as perdas na distribuição de água são explicados justamente na planilha que apresenta os números referentes às perdas de faturamento. Entre as 26 capitais do Brasil, João Pessoa é a que menos perde faturamento, ou seja, é a capital mais eficiente do país no abastecimento e distribuição de água, com uma perda de apenas 21,02%.

“João Pessoa e Campina Grande detêm os melhores índices de perdas na distribuição do Nordeste, sendo Campina Grande a única cidade da região a figurar no grupo dos 20 melhores resultados do país. Importante destacar que pelo sexto ano consecutivo, a Cagepa se mantém no topo do ranking das empresas de saneamento do Nordeste que menos desperdiçam água”, relatou a Cagepa, por meio da assessoria de comunicação.

Em Campina Grande, o ranking demonstra que a cidade desperdiça menos água que João Pessoa, com 26,67%, porém, enquanto a Capital registrou uma evolução de de 20,71% nas perdas de distribuição, Campina registrou queda de -0,14 ponto percentual, dado que coloca a cidade entre as 40 piores do país neste quesito.

Faturamento x investimentos

O dado é preocupante, visto que em uma outra planilha divulgada no levantamento, o Instituto Trata Brasil aponta Campina Grande como uma das cidades que mais aumentou o faturamento para a distribuição de água, demonstrando alta de 100% em comparação à pesquisa do ano de 2017.

Sobre o assunto, a Cagepa relatou que os dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil já estão desatualizados, pois são de 2018 e, de acordo com a entidade, já foram feitos vários investimentos no período ainda não avaliado pelo instituto. Conforme a Cagepa, o desperdício de água será menor após a contabilização dos novos investimentos na área de distribuição de água tanto em Campina Grande, quanto em João Pessoa.

“Tendo em vista que o estudo analisa dados de 2018, de lá para cá várias ações foram implementadas, como automatização dos sistemas de água e esgoto, intensificação da fiscalização de águas cortadas e desvios fraudulentos. A Cagepa acredita que todas essas ações, somadas às obras já entregues e as que estão em andamento, certamente, irão minimizar ainda mais as perdas e elevar a eficiência da companhia junto à população”, pontuou a Cagepa.

Ainda no levantamento do Instituto Trata Brasil, há um infográfico mostrando os números de arrecadação sobre investimento nas 100 maiores cidades do Brasil. No quesito, João Pessoa e Campina Grande estão concentradas entre as piores cidades, com um índice de 8,14% e 1,62%, respectivamente. A Capital ocupa a 91ª posição do ranking, enquanto a Rainha da Borborema está na frente apenas de Várzea Grande-MT (que não investiu nada, de acordo com a pesquisa), na 99ª colocação.

Quando comparadas apenas as capitais dos estados, João Pessoa aparece entre as piores, nos dados referentes ao período entre os anos de 2014 e 2018, com um investimento médio por habitante de apenas R$ 25,17. Em 2017, o dado demonstrou uma queda drástica, em relação ao ano anterior, apresentando um gasto médio por habitante de apenas R$ 6,36, aumentando pouco mais de um real no ano seguinte, com o dado de  R$ 7,37. Em 2014, João Pessoa recebeu um investimento médio de R$ 57,91, caindo em 2015 para R$ 33,93, e em 2016 para R$ 20,30.

Cagepa culpa Governo Federal

De acordo com a Cagepa, a explicação para a baixa nos investimentos por habitante se deu pelo fato da diminuição dos recursos repassados pelo Governo Federal para as obras de saneamento básico, havendo uma diminuição significativa no orçamento da estatal neste quesito. Entretanto, o órgão não destrinchou os dados sobre João Pessoa e Campina Grande, únicas cidades analisadas pelo Instituto Trata Brasil e que tiveram um dos piores índices do país nesta categoria.

“Isso se deve à diminuição de recursos via Governo Federal para obras de saneamento nos anos de 2017 e 2018”, disse a assessoria de comunicação da Cagepa, sem responder aos questionamentos do Portal Correio sobre a situação das duas maiores cidades do estado.

Ranking geral de saneamento

Conforme os dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil, a atualização do Ranking do Saneamento, traz os números referentes ao apanhado de 2020, das 100 maiores cidades do Brasil, no tocante à problemática do saneamento básico. As únicas cidades paraibanas envolvidas no levantamento são João Pessoa e Campina Grande.

Neste caso, o Trata Brasil reuniu todos os aspectos da pesquisa para constituição do ranking geral do saneamento básico. Campina Grande ocupa a 16ª posição do ranking, com a nota total de 8,23, saltando oito posições em relação aos dados referentes à 2019, quando ocupou o 28º lugar. Já João Pessoa ficou na 26ª posição, com nota total de 7,79, saltando seis postos, visto que no levantamento de 2019 ocupou o 32º lugar.

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