Nenhuma guerra ou catástrofe arrastou o Brasil para a crise que desabou sobre os brasileiros. Toda essa conjuntura adversa deve ser creditada – quase em sua integralidade – na conta política.
Mas, independente da origem, a crise é real.
E provoca estragos em diversos fronts. Os cofres públicos estão em um deles.
Os municípios são os que mais sentem. Com arrecadação (quando têm o que arrecadar) e repasses constitucionais em queda, estendem os pires para os governos estaduais.
O Estado, porém, também vê o rombo se avolumando nos seus cofres.
O último pires é abanado na direção de Brasília, que – por sua vez – acaba de oficializar déficit de 51,8 bilhões em suas contas.
O que fazer?
A solução sempre foi (e mais uma vez está sendo) tirar mais dos mesmos.
Ou seja: do povo.
Verdade que temos até assistido tentativas outras de abastecer os cofres públicos – a exemplo dos depósitos judiciais que, se realmente sacados, têm chance zero de serem devolvidos.
No geral, porém, a estratégia é aumentar as alíquotas dos impostos.
E é isto, efetivamente, o que estão fazendo.
Trocando em miúdos, a União e estados tentam engordar suas receitas com a subtração das nossas.
O que eles parecem ignorar é que estamos todos debaixo da mesma crise. A torrente que desaba lá, também faz estragos aqui.
Todos os contribuintes (sejam físicos ou jurídicos) estão com as finanças combalidas.
Espremer o povo contra a parede só resultará em desfecho mais que previsível:
A morte por asfixia.
Sim, estão não apenas surrupiando os ovos, mas degolando a galinha.
Não há como eufemizar o fenômeno: trata-se de clara e inequívoca extorsão.
O caminho a ser tomado, porém, deveria ser o oposto.
Ou seja: estimular a competitividade do mercado (cuja receita é produzir mais com menor custo) para retomar o crescimento econômico – que refletiria no aumento da arrecadação.
Para piorar o que já é ruim, não se vê espartanidade por parte dos arrecadadores.
Eles continuam gastando – e gastando mal.
Será que não podem fingir, pelo menos neste momento, que estão enxugando a máquina?
Enquanto o povo amarga a crise, os arrecadadores desfilam seus projetos faraônicos para gerar os comissionamentos indevidos.
Fazem isso porque sabem que, enquanto o pulso ainda pulsar no terreiro, os ovos de ouro continuarão sendo surrupiados pelas raposas de plantão.
A nação poedeira pede socorro!