Ricardo Coutinho foi à sessão que marcou o início dos trabalhos de 2016 na Assembléia Legislativa. Apresentou balanço de sua gestão, e repetindo o que fez o ex-presidente Lula – que criou conceito e valor para o seu governo ao reunir obras em execução e novos projetos sob um guarda-chuva que chamou de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) -, anunciou o Mais Trabalho.
O governador citou como parte desse programa algumas obras já em execução como o Viaduto do Geisel, o Hospital Metropolitano de Santa Rita, o Parque de Bodocongó em Campina, e o Hospital de Oncologia em Patos, além do programa de estradas e prometeu inaugurar obras ainda este ano, mas não antecipou nenhum novo projeto como diferencial do seu governo em 2016.
Pelo que deixou entender, tudo vai depender da obtenção de empréstimos para os quais precisa do aval do Governo Federal, que por conta da situação das contas públicas, tem negado a todos os Estados. Ricardo fez questão de afirmar que a Paraíba tem solidez fiscal atestada pela Secretaria do Tesouro Nacional, e que possui margem de até 200% da Receita Corrente Líquida, que em 2015 foi de R$ 7,6 bilhões para endividamento.
Em julho de 2015, Ricardo esperava o aval para vários empréstimos – US$ 250 milhões do CAF (para estradas) US$ 250 milhões do BIRD/BEI (para infraestrutura hídrica), US$ 50 milhões do Cooperar (zona rural), R$ 160 milhões (saneamento de Patos), R$ 39 milhões do CPac BB e R$ 700 milhões do Proinvest -, mas o rebaixamento da nota do Brasil fez a STN suspender a análise de todos os pedidos de aval.
Sendo ano eleitoral ou não, Ricardo não ignoraria seus adversários. No longo discurso, mandou recados como esse: “Estaremos de pé mesmo quando alguns poucos teimarem em desejar o mal coletivo com o intuito de fazer a disputa política”.
Se não teve algo excepcional para levantar o astral nesses tempos de crise, pelo menos Ricardo não deu nenhuma notícia ruim, como a presidente Dilma Rousseff, que pediu ao Congresso Nacional a aprovação da CPMF para cobrir os rombos de um governo que continua gastando em excesso e mandando a conta para o explorado contribuinte. Foi vaiada. Não uma, mas três vezes.
Torpedo
“João Pessoa segue dando sinais claros de que não ficou esperando a crise passar. Até porque, tenho dito, crise a gente não lamenta, a gente enfrenta. E nós enfrentamos a crise com muito trabalho, e também com muito planejamento”.
Do prefeito Luciano Cartaxo, que anunciou US$ 100 milhões do BID para o “João Pessoa Sustentável”, com 60 ações estruturadoras.
Alvo certo
Luciano Cartaxo também mandou seu recado: “O povo demonstrou, em diversas ocasiões, que não aceita mais as práticas da velha política. A briga, o personalismo, a intriga, a vaidade. Nós olhamos para a frente”.
Paz e poder
O presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB) defendeu a unidade política para ampliar o poder se persuasão do Estado na defesa dos interesses paraibanos. Recebeu apoio do deputado Artur Filho (PRTB).
O poderoso
O mosquisto Aedes Aegypti invadiu os discursos da presidente Dilma, do governador RC, do presidente Adriano Galdino (ALPB) e do prefeito Luciano Cartaxo. Todos apoiando declaração de guerra ao “sorrateiro e cruel”.
Xô CPMF
Em Brasília, o líder tucano Cássio Cunha Lima não poupou a presidente Dilma pela defesa do retorno da CPMF. Disse que ela quebrou o Brasil, já repassou conta alta e que os brasileiros não suportam mais impostos.
Zigue-Zague
Foi o corregedor-geral de Justiça, desembargador Arnóbio Alves Teodósio quem representou o Tribunal de Justiça na sessão inicial da Assembleia.
Nos bastidores, fala-se que pelo menos três tucanos estão interessados em ocupar a vice de Luciano Cartaxo e que as chances de aliança só crescem.