O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou no começo da noite desta segunda-feira (29) que ainda não foi oficialmente notificado pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a nova vistoria e os problemas do eixo leste da transposição do São Francisco da Paraíba.
Segundo o MPF, dentre os problemas, destacam-se falhas nos revestimentos de concreto dos canais, rachaduras, assoreamento e danos em canais de drenagem. Ainda conforme resultado da fiscalização, o MPF constatou que os problemas são provenientes da execução da obra, que não teria sido adequada.
Em alguns pontos do canal, foi observado que o revestimento de concreto apresentava rachaduras de mais de 1,5 cm de espessura, bem como trechos em que o revestimento estava totalmente danificado.
Conforme o MPF, uma das rachaduras identificadas foi tratada inicialmente com selante flexível, todavia a mesma manteve-se ativa, aumentando sensivelmente a espessura no decorrer do tempo.
“Tal comportamento indica que houve a movimentação da placa, pois movimentos térmicos e higroscópicos do material não são capazes de provocar aberturas de fissuras de tal proporção”, diz o relatório.
O MDR ainda explicou que o eixo leste encontra-se em pré-operação, “etapa em que pode surgir a necessidade de serviços de manutenção e reparos nos canais e estruturas”.
Sobre as rachaduras identificadas pelo MPF-PB, o MDR afirmou que foram realizados reparos em toda a extensão do canal. “Vale destacar que o concreto não apresenta função estrutural e sim mecânica. Ou seja: caso volte a situação volte a ocorrer em algum ponto, em nada afetará a funcionalidade das estruturas”, disse o Ministério.
O MDR finalizou dizendo que existe, no momento, um consórcio operador responsável pela pré-operação, manutenção, gestão ambiental, conservação e vigilância patrimonial das instalações de construção civil, dos equipamentos e dos sistemas elétricos, mecânicos e hidromecânicos do Projeto. “Entre as atribuições do consórcio está a realização dos serviços de manutenção nos canais”.