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Medicina

Tenho muita cautela, temor e respeito ao adentrar no universo médico. Pois estou pisando em minhas origens. Venho de uma família de médicos – bisavô, avô e pai – e guardo com muita estima estes três anéis.

Mas, vez por outra, me vejo impelido a questionar por que – ou em nome de quem – os setores formais da medicina (seus conselhos e demais entidades reguladoras) tolhem os espaços da criatividade científica, refutando o novo, judicializando experimentos, punindo as mentes que podem lançar nova luz sobre grandes males.

A questão primordial nesta seara deveria (ou estou enganado?) salvar vidas. Mas, ao que tudo indica, este é um clube com muito mais interesses – alguns deles realmente gigantescos.

Já disse e repito que, a priori, sou um crente na seriedade das entidades que regulam a profissão da medicina.

Mas também já disse, e agora repito, que algumas situações abalam esta fé.

Há quatro anos, quando Fabiano Gomes – nosso companheiro no Sistema Correio – buscava tratamento para combater um diabetes orgânico, que lhe abreviaria a vida, enfrentei este primeiro abalo.

Somente por um lapso judicial conseguimos submetê-lo ao procedimento inovador que prometia encerrar sua via crucis. O médico criador do método, porém, era tratado como charlatão, mesmo tendo inúmeros casos de sucesso para exibir. Fabiano, felizmente, se tornou mais um deles.

Agora me deparo com um experimento, realizado na Paraíba, que sinaliza para a cura (ou pelo menos para a detenção do avanço) deste mal que sombreia nossas mentes, o Alzheimer.

Publicado no Jornal Correio, o procedimento ganhou repercussão nacional. E se transformou no assunto mais comentado na reta final de 2015. Foram tantas correspondências, de todas as partes do País, que o site do jornal ficou congestionado – muitos desejando saber mais detalhes desse procedimento.

Mas assim como ocorreu com o experimento a que Fabiano foi submetido, este tratamento também tem merecido condenações veementes por parte das entidades médicas.

Nem o apoio público da família, que conquistou o direito a cirurgia por força judicial, e que recomenda o procedimento, aplacou a fúria que desaba sobre o médico responsável pelo procedimento.

E aí eu me vejo obrigado a questionar: por quê?

As críticas e acenos até de punição do profissional me assustam e surpreendem. Não seria mais lúcido e lógico buscar o aprimoramento e avanço da técnica? Não seria mais producente escrutinar seus resultados ao invés de proibir e condenar?

Não seria, finalmente, mais assertivo apostar na liberdade criativa, na força dessas mentes brilhantes, para combater tantos males?

A história é inspiradora.

Muitos antes foram condenados. Até execrados. Banidos da medicina.

Gente que, com força criativa e coragem para experimentar o novo, nos legou – a despeito das críticas e ameaças – a herança bendita da cura.

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