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Médico aconselha que mulher consulte cardiologista antes de tentar engravidar

Estudos mostram que as cardiopatias complicam de 0,2% a 4% as gestações nos países ocidentais. No Brasil, a evidência média é de 4,2%
Cardiologista
Foto: Imagem ilustrativa/Pixabay

“Antes de tentar engravidar, marque uma consulta com seu cardiologista e com o profissional de saúde que cuidará da sua gravidez”. O alerta é do cardiologista e pesquisador Valério Vasconcelos, que aproveita a semana em que se comemora o Dia das Mães para falar sobre gestação. O tema merece atenção extra, principalmente porque o risco de problemas cresce ao longo da gravidez à medida que a demanda do coração aumenta.

“Se a mulher for diagnosticada com algum problema no coração durante a consulta, provavelmente será encaminhada a um obstetra especializado em gravidez de alto risco (especialista em medicina fetal materna)”, explica o cardiologista. No caso de mulheres com doenças no coração (cardiopatias), o pré-natal deve ser realizado em serviços especializados com equipes multidisciplinares e que estejam familiarizadas com gestação de alto risco. Atualmente, a cardiopatia é considerada a maior causa de morte materna indireta no ciclo gravídico-puerperal.

De acordo com Valério Vasconcelos, estudos mostram que as cardiopatias complicam de 0,2% a 4% as gestações nos países ocidentais. No Brasil, a evidência média é de 4,2%. Além disso, as pesquisas também apontam que o número de pacientes que desenvolvem problemas cardíacos durante a gravidez vem aumentando. “Por isso, pacientes cardiopatas devem receber aconselhamento adequado antes mesmo de tentar engravidar. Nessas pacientes, há risco aumentado para insuficiência cardíaca congestiva e arritmias cardíacas durante a gravidez, o parto e o puerpério”, afirma o especialista.

Vasconcelos também lembra que, com importantes exceções, a maioria das mulheres cardiopatas tem um resultado favorável na gestação. “Uma avaliação cardíaca pré-concepcional é de grande valor para avaliar riscos, substituir medicações e planejar intervenções, caso haja necessidade”.

Hipertensão gestacional afeta 10% das grávidas

Conforme Valério Vasconcelos, cerca de 10% das gestantes são afetadas pela chamada hipertensão gestacional. A doença se caracteriza pelo aumento da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, normalmente no terceiro trimestre, porém sem perda de proteínas pela urina ou qualquer outro sintoma sugestivo de pré-eclâmpsia. “Geralmente, o problema desaparece espontaneamente entre uma ou duas semanas após o parto”, diz.

O especialista explica que a hipertensão gestacional é considerada uma condição multifatorial, ou seja, não apresenta uma única causa. “Normalmente, é provocada por uma alimentação desequilibrada, rica em sal, associada a um problema de adaptação do organismo da gestante à sua nova condição”, afirma. Ele acrescenta que fatores como sedentarismo, histórico familiar e estresse também podem influenciar no aparecimento da doença.

O médico comenta ainda que mulheres que engravidam mais tarde, por volta dos 40 anos de idade, podem sofrer infarto durante a gestação. “O risco de infarto na gestação aumenta progressivamente com o avanço da idade. No caso de mulheres que engravidam após os 40 anos, há uma elevação do risco em torno de 20 % para cada ano acima dessa idade”. E complementa: “Geralmente, mulheres que engravidam mais tarde também têm mais chances de desenvolver a hipertensão na gravidez”.

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