O menino de sete anos que foi espancado e torturado pela própria mãe na cidade de Boqueirão, no Agreste da Paraíba, recebeu alta do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande nesse sábado (10). A criança, vítima de agressão doméstica, deu entrada no dia 10 de julho na unidade hospitalar junto a uma tia, com quem está provisoriamente após os 30 dias de recuperação no hospital.
Conforme a Polícia Civil, o menino foi mantido em cárcere privado pela própria mãe, na Zona Rural do município. A criança foi encontrada acorrentada, espancada e torturada com fios elétricos, cordas e velas.
As agressões ao menino foram descobertas por funcionários da escola onde ele estuda e do Conselho Tutelar, que acionaram a Polícia Militar e foram à residência do garoto. Segundo o boletim médico, a criança foi diagnosticada com anemia, desnutrição, sinais de hematomas e queimaduras no corpo, precisando passar por uma cirurgia de reconstrução do couro cabeludo.
Maria Aparecida Silva Sousa, de 26 anos, e o atual esposo dela, o agente de saúde, Edilson Cosme de Albuquerque, de 25 anos, foram presos preventivamente em Boqueirão, no dia 18 de julho, suspeitos de praticarem o crime contra a criança. A Polícia Civil acredita que o preso também tem participação no crime.
“A Polícia Civil iniciou as investigações para apurar a tentativa de homicídio qualificado pela tortura contra a criança, por parte da mãe. A criança estava com várias agressões pelo corpo e num estado de desnutrição total. Ficou colhido pelas investigações que a mãe da criança a agredia constantemente, amarrando-a pelos pés, torturando-a psicologicamente, omitindo a alimentação que a criança merecia, além de queimar o corpo da criança com vela e agredir seus testículos, mostrando claramente a sua intenção deliberada em tortura-lá para obter um mal maior, que seria a morte da criança”, declarou o delegado Iasley Almeida.
De acordo com apuração da TV Correio, o menino já tinha sido afastado do convívio com a mãe, devido a denúncias de agressões. Ele é órfão de pai e passou um tempo morando com uma das avós, mas acabou voltando para a casa da mãe. A suspeita atualmente vive com um agente de saúde municipal e, com ele, tem outro filho, de 1 ano e seis meses. Não há indícios de que o caçula também tenha sofrido maus-tratos.