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Mercado para startups segue positivo mesmo com crise; CG se destaca em inovação

Em tempos de crise, não é raro ver empresas diminuir consideravelmente o quadro de funcionários ou até mesmo encerrar as atividades. Até as grandes franquias, às vezes, não conseguem evitar fechamentos. Mas um ramo de negócio parece remar contra a correnteza e encontra, justamente nesses momentos, uma oportunidade de crescer ainda mais. São as startups, modelo cuja característica é o alto potencial de crescimento e lucro mesmo quando o investimento inicial não é grande.

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Na Paraíba, há programas de incentivo e apoio ao desenvolvimento de startups. Um deles é o StartPB, do Sebrae. A coordenadora do programa, Danyele Raposo, aponta que enquanto diversos segmentos estão preocupados com a instabilidade econômica do país, essas empresas respiram com tranquilidade.

Veja cartilha com dicas de como montar uma startup de sucesso.

“É um setor que não se abala com crise. Muito pelo contrário, eles estão com seus negócios a todo vapor. Muitos vendendo em dólar, moeda que passou dos R$ 3, então não tem como não vender bem. Basta uma boa estratégia e planejamento”, avalia.

Inovação

Mapeamento feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em outubro do ano passado colocou Campina Grande entre as 10 cidades com maior potencial inovador do Brasil.

A ‘rainha da Borborema’ e Recife foram as únicas cidades do Nordeste a aparecer no ranking. O levantamento levou em consideração a combinação da promoção de inovação com a presença de boas universidades, centros de pesquisa, políticas de incentivo, desenvolvimento econômico e qualidade de vida nas cidades listadas.

Ainda de acordo com dados mais recentes do MCTI, em 2013, 0,49% da receita estadual da Paraíba foi destinada ao setor de pesquisa e desenvolvimento, montante que pode ter chegado a R$ 100 milhões.

Em Campina Grande, se destaca no apoio a novas empresas a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba. A entidade graduou, nos últimos 30 anos, cerca de 100 startups, por meio da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Criativos e Inovadores (ITCG). Atualmente, 28 empresas são acompanhadas pela fundação.

Segundo a coordenadora da ITCG, Janayna Ibiapina, no momento há certa predominância para os segmentos de saúde, educação e economia criativa, mas também existem projetos voltados para outros ramos, como tecnologia da informação, turismo e engenharia elétrica, por exemplo.

“A maioria desses empreendimentos está sediada na Paraíba. Entretanto, alguns deles estão localizados em Pernambuco, Santa Catarina e Distrito Federal. Ao acompanhar os resultados positivos das nossas ações e das empresas aqui da ITCG e do nosso Pólo Tecnológico, empreendedores de outros estados identificam-se com elas, e, como estratégia, trazem seus projetos para cá”, revela.

Vantagens

Conforme a gestora do StartPB, Danyele Raposo, um dos diferenciais das startups é a rapidez dos resultados, que permite o empreendedor corrigir rapidamente possíveis problemas e retomar as atividades do seu produto ou serviço.

“Antigamente você passava um tempo desenvolvendo um sistema e só quando estava pronto você fazia o lançamento, botava no mercado e via os resultados. Era um trabalho relativamente demorado. Hoje só com o protótipo de um aplicativo você valida, põe em circulação e analisa os resultados, o feedback é rápido”, explica Danyele.

“Hoje temos startups atendendo em áreas diversas, seja na saúde, no comércio, no setor de alimentação, hotelaria, entre outros. O custo inicial para abertura desses negócios costuma ser baixo, outro ponto positivo. Enfim, desde que bem trabalhada, uma boa ideia pode levar a um bom negócio”, completa.

Atualmente, o StartPB atende 40 novas empresas em João Pessoa e Campina Grande. Uma delas é a Kaztor, idealizada pelos irmãos Jefferson e Jackson Araújo. No mercado desde 2015, a startup propõe a negociação entre empresas que vendem materiais de construção e clientes através de uma plataforma online. Atualmente, o site tem 500 usuários cadastrados e 25 empresas parceiras.

A Kaztor funciona assim: o consumidor informa o que deseja comprar e a startup encaminha a lista para as empresas cadastradas no sistema, que, por sua vez, preparam orçamentos. Depois que uma proposta é aceita pelo cliente, a oferta é disponibilizada publicamente no site de vendas para compra em grupo. Caso o número mínimo de compradores seja atingido, os clientes ganham desconto. Se não houver clientes suficientes, a oferta é cancelada.

Resistência

Por enquanto, nenhuma compra foi efetivada na plataforma. O diretor-executivo da startup, Jefferson Araújo, analisa que o motivo é a falta de afinidade entre paraibanos e esse tipo de negócio.

“Aqui na Paraíba o mercado é reduzido e o público não está acostumado com essa forma de compra. As pessoas estão acostumadas a adquirir outros produtos em compras em grupo, mas material de construção ainda é algo novo. É uma questão cultural. Por isso estamos trabalhando para fazer os paraibanos entenderem que dá para comprar materiais de construção pela internet. Vamos mostrar que isso é possível, prático e vantajoso”, acredita.

Jefferson Araújo argumenta ainda que a startup é boa também para as empresas. Segundo ele, aumentar as vendas dos estabelecimentos foi a intenção da startup desde a concepção do projeto.

“Percebi que com o momento de crise econômica enfrentado pelo país, as lojas de material de construção passaram a vender menos. Principalmente as de pequeno porte, pois não conseguem fazer compras em grandes escalas e receber descontos. Ou seja, eles compram mais caro que as grandes lojas e isso reflete no preço repassado ao consumidor final”, analisa.

“Essas lojas menores receberam muito bem a proposta da Kaztor. Só que infelizmente esbarram nessa concorrência desleal e na atual falta de cultura de compra em grupo. Mas pensamos em incluir as indústrias nessa ponte de negociação, o que garantiria melhores preços para as lojas o que as tornaria mais competitivas. Pretendemos colocar isso em prática nos próximos três meses”, projeta o diretor-executivo.

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